sexta-feira, 15 de maio de 2009



Contribuição à educação é um dos principais legados do fundador da Faculdade de Medicina de Petrópolis


A história de Petrópolis é marcada pela participação ativa de uma família: há mais de um século, o sobrenome Sá Earp está presente em importantes fatos políticos e sociais do município, que foi capital do estado entre 1894 e 1903 e, deste ano até 1968, foi sede de veraneio da Presidência da República.

Uma praça, uma rua, um hospital e uma faculdade receberam nomes em homenagem a integrantes da família, que este ano comemora o centenário do nascimento do advogado Arthur Sá Earp Neto, celebrado, principalmente, por sua contribuição à educação na cidade e cuja vida e obra estará em exposição na Casa Hercílio Esteves, de 18 de maio a 10 de julho de 2009 , em Petrópolis.

Idealista, ele sonhava em transformar Petrópolis em uma cidade universitária e esteve à frente da fundação das Faculdades Católicas Petropolitanas (atual Universidade Católica de Petrópolis), em 1953, que inicialmente contava com cursos de direito, filosofia e engenharia mecânica.

Em 1967, Arthur Neto fundou a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), uma das mais tradicionais instituições particulares de ensino da medicina no país, que reúne alunos de todas as regiões do Brasil. A relação com a educação também esteve presente no apoio que ofereceu ao Celso de Rocha Miranda para a instalação e organização da “Casa do Brasil na Grã-Bretanha”, instituição que dava apoio a estudantes brasileiros em Londres, e no apoio jurídico para a criação do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis.

Advogado militante, membro de diversas associações culturais e científicas de Petrópolis e do Estado do Rio, político atuante e jornalista, o fundador da FMP teve sua contribuição à cidade reconhecida pela Medalha Koeler (nome do fundador do município). Muito religioso, Arthur Neto também ganhou a mais alta condecoração pontifícia – a Comenda de São Gregório.

Casado com Helena, teve três filhas – Maria Luiza, Thereza e Maria Isabel. Era apaixonado por música e aprendeu a tocar piano aos 30 anos. Também dançava jazz e tango, e não perdia os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Segundo amigos e familiares, chamava atenção pelo seu espírito jovem, simplicidade e espontaneidade. Faleceu em 17 de junho de 1994.

Família Sá Earp: um legado para Petrópolis

O médico baiano Arthur Sá chegou a Petrópolis no final do século XIX, onde exerceu dois mandatos consecutivos como prefeito e sucessivos mandatos como vereador. Ele também participara da reforma constitucional de 1903 e foi deputado estadual por quase dez anos consecutivos.

Contemporâneo a ele, o outro avô de Arthur Sá Earp Neto, Hermogênio Silva, também foi político atuante: participou da fundação do Clube Republicano; foi deputado estadual constituinte, em 1892; e presidente do primeiro Conselho de Intendência de Petrópolis formado pelo governo republicano provisório, em 1889.

Arthur Sá Filho também teve papel importante para cidade pelo desenvolvimento de uma das maiores clínicas do Estado do Rio e, ainda, como fundador de diversas associações cientificas, culturais e religiosas da cidade, como a Sociedade Médica de Petrópolis e a Academia Petropolitana de Letras. O médico também participou da política municipal, como vereador dedicado à melhoria do sistema de saúde do município.

O irmão de Arhtur de Sá Earp Neto, o médico Nelson Earp, foi o fundador do primeiro Pronto Socorro Municipal que, ampliado, transformou-se em hospital, recebendo o nome dele em sua homenagem. Ele também foi prefeito de Petrópolis.