segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Workshop na FMP/Fase revela dados surpreendentes sobre Gravidez na Adolescência

Restrição social, medo, ausência de maternagem, perda da adolescência, evasão escolar e desejo de engravidar. Essas são as categorias de significados encontradas durante pesquisa sobre gravidez entre as jovens petropolitanas e divulgadas no workshop realizado sábado (29), na Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase).


A pesquisa é fruto de uma parceria entre a instituição e o Ministério da Saúde, através do PET Saúde II – Programa de Educação pelo Trabalho – e compreendeu dados qualitativos sobre o tema em Petrópolis, onde foram entrevistadas adolescentes grávidas ou no período de até 42 dias após o parto (puerpério), e jovens mães com idade até 24 anos, grávidas na adolescência. O estudo foi liderado pela coordenadora do curso de Enfermagem da Fase, Drª. Miriam Heidemann, com o auxílio de dois médicos, quatro enfermeiras, e cerca de 30 alunos dos cursos de Enfermagem e Medicina.


O município de Petrópolis tem registrado que em cada 100 mulheres grávidas com filhos vivos, 21,42% são adolescentes, de acordo com dados de 2009, da Secretaria Municipal de Saúde. Esse número despertou a curiosidade da Drª. Miriam Heidemann para as causas da gravidez precoce. “Os resultados obtidos surpreenderam a equipe, pois todas as jovens entrevistadas conheciam os métodos contraceptivos e a maioria nutria o desejo de engravidar. Também descobrimos uma certa independência dessas meninas, que estavam conscientes de sua responsabilidade enquanto mães, dispensando a necessidade de um parceiro”, explicou.


Os participantes puderam fazer perguntas durante o workshop e contribuir com informações pertinentes ao assunto, como foi o caso da ex-secretária de Educação do município, Sandra La Cava. “É importante que sejam criados programas que contemplem todos os envolvidos, pois essa pesquisa mostra que a questão é social, política, cultural e educacional sim”, disse.


Na opinião de Flávia Bon Cardoso, docente na rede estadual de ensino, “há pouco tempo que ouço os jovens falarem em ir para uma universidade, porque a adolescência é um período de angústia grande, onde eles começam a buscar um sentido para a vida e aqueles que não se sentiam queridos veem no nascimento da criança a oportunidade de preencherem o que não têm”, concluiu.


A pesquisa, iniciada em abril do ano passado, está divida em duas partes: coleta e análise de dados – já finalizada – e validação de protocolos de assistência clínica e educacional para adolescentes em postos de saúde do município e nas escolas da rede. “Muitas vezes a gravidez é a grande realização dessas jovens, que percebem um tratamento diferenciado nos transportes públicos e nas unidades de atendimento. Até mesmo a amiguinha que a acompanha, vendo todo esse cuidado, começa a pensar que engravidar é uma boa ideia”, ressaltou Miriam Heidemann.

O término da pesquisa está previsto para abril de 2012, quando será enviado um relatório ao Ministério da Saúde para que as medidas cabíveis sejam implantadas na cidade e o estudo seja divulgado no Brasil. “Essa situação só deve mudar se nós incentivarmos o sonho na mente dessas jovens. Ao que parece, somente dessa forma elas terão alguma perspectiva de vida, de escolarização, e evitarão uma gravidez precoce. Além disso, precisamos de políticas públicas de inclusão social e otimização de oportunidades no mercado de trabalho", afirmou Miriam.














Fase promove atividades de prevenção ao câncer de mama na Praça de Cascatinha

Os alunos e professores dos cursos de Enfermagem e Nutrição da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (Fase), atuantes no Ambulatório Escola e no Posto de Saúde da Família de Nova Cascatinha, realizarão, neste domingo (30), das 9h às 15h, diversas atividades de promoção da saúde, como parte da programação do Outubro Rosa, na Praça de Cascatinha.


Durante o evento, os participantes terão acesso a informações sobre a prevenção do câncer de mama e de colo uterino, verificação de pressão arterial, aconselhamentos, coleta de sangue para exames de DST/AIDS, além de orientações e verificações de índice de massa corporal (IMC) para detecção de obesidade.