Com a chegada do outono, vêm também as baixas
temperaturas, que contribuem para o surgimento de algumas doenças
respiratórias. Por isso, na última sexta-feira(18), foi realizada no Hospital
de Ensino Alcides Carneiro, a 2ª Jornada de Doenças Respiratórias de
Inverno, promovida pela disciplina de Pediatria da Faculdade Arthur Sá Earp
Neto (FMP/Fase) em parceria com o Núcleo de Pneumologia Pediátrico da UFF
(Universidade Federal Fluminense).
O evento teve como objetivo alertar estudantes e
profissionais sobre as doenças respiratórias mais incidentes em crianças, nessa
época do ano. Os temas abordados foram: Pneumonia Atípica (doença pulmonar
causada por germes específicos), Bronquiolite (acúmulo de muco nos
brônquios do pulmão), Cardiopatia (anomalia no coração presente antes do
nascimento) e Prematuridade e Pulmão (malformação do pulmão em
bebês).
“No período do outono e inverno, os quadros mais
frequentes que levam à internação hospitalar são as doenças respiratórias,
entre elas temos as alergias respiratórias, bronquiolite e pneumonia, sendo que
a faixa etária mais suscetível é a dos lactentes. A prevenção destes quadros se
faz através do acompanhamento pediátrico, seguimento adequado do calendário
vacinal, identificação precoce dos desvios nutricionais e condições ambientais
adequadas, entre outras ações”, explica o pediatra Álvaro José Veiga, professor
da FMP/Fase e um dos organizadores do evento.
Na ocasião, médicos residentes das duas
instituições, supervisionados por seus professores, tiveram a oportunidade de
compartilhar suas experiências, através de exemplos vivenciados por eles no dia
a dia da profissão. A residente do programa de Pediatria da FMP/Fase, Mariana
Silva, apresentou o caso de uma paciente pediátrica, atendida em maio de 2015,
com Síndrome de Marfan – doença caracterizada por estatura elevada, braços e
mãos alongados e deformidade torácica.
“Essa síndrome acontece por uma deficiência da
fibrilina, principal proteína componente do tecido conjuntivo que vai levar a
uma alteração no parênquima pulmonar (setor de troca de gases do aparelho
respiratório), assim formando um enfisema bolhoso (formação de grandes bolhas
de ar nos pulmões que bloqueiam a respiração) e a ruptura desse efisema é
etiologia do pneumotórax (acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana
(pleura) que reveste internamente a parede do tórax)”, aponta a residente.
Como no outono e no inverno a incidência de doenças
respiratórias aumenta, a professora da UFF e especialista em cardiologia
pediátrica, Ana Flávia Torbey, salienta a importância de cuidados com crianças
cardiopatas. “A incidência de infecção respiratória aumenta muito nesse período
e os pacientes cardiopatas são mais sensíveis a infecções. Estas podem se
tornar mais graves nas crianças, que precisarão de cuidados especiais, pois
elas têm maior risco de necessidade de internação e também têm maior chance de
mortalidade, quando a infecção não é tratada adequadamente, o que pode gerar ou
agravar um quadro de insuficiência cardíaca”, alerta a médica.