sexta-feira, 10 de abril de 2015

Alunos de Medicina promovem Trote Solidário

Os calouros do curso de Medicina, da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase), se reuniram esta semana no banco de sangue do Hospital Santa Teresa para participar do trote solidário. Este é o segundo ano consecutivo que os veteranos se reúnem em uma comissão para promover esse momento de integração entre os estudantes, além de estimular a questão da solidariedade entre os ingressantes na área da saúde.
“O nosso objetivo é criar realmente essa tradição do trote solidário no curso de Medicina. É muito importante que nós, estudantes da área da saúde, possamos entender as reais necessidades dos pacientes da cidade. Temos que criar este instinto de salvar vidas desde o início do curso”, ressalta Rodrigo Shiraishi, aluno do 2º ano.
Muitos estudantes estiveram no banco de sangue para fazer a doação pela primeira vez. O sentimento de solidariedade inspirou a ingressante Luisa Nunes a participar do trote solidário. “Eu me sinto feliz por estar aqui. Essa é uma iniciativa muito bacana, pois é uma primeira aproximação dos estudantes com o hospital. Eu acredito que todas as pessoas deveriam ser mais proativas e se colocarem à disposição de ajudar o próximo”, destaca a estudante do primeiro ano de Medicina.
O banco de sangue do Hospital Santa Teresa precisa de 50 doações por dia para manter o estoque abastecido, mas com o clima chuvoso, as doações estão cada vez mais reduzidas. “Nós precisamos manter o fluxo de doadores, pois muitos pacientes precisam de transfusão, além da necessidade de sangue em casos de pessoas acidentadas ou mesmo que vão passar por algum procedimento cirúrgico de grande porte”, enfatiza Eliane Azevedo, captadora de doadores do banco de sangue.
Além do trote solidário de doação de sangue, os alunos da FMP/Fase estão mobilizados em uma campanha para arrecadar agasalhos, que serão doados para uma instituição de caridade da cidade. Quem quiser participar, basta entregar as doações no Centro Cultural da Fase, no campus da faculdade.

“A minha família sempre enfatizou a necessidade de sermos solidários. Para mim, ser solidário é ter a consciência de que outras pessoas precisam de você. Pequenas atitudes nossas podem salvar vidas e proporcionar melhores condições para aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que nós”, frisa Isabele Luzório, veterana do curso de Medicina.

FMP/Fase alerta alunos sobre os perigos do trote vexatório

A FMP/Fase deu início a uma série de atividades que alertam os alunos de seu curso de Medicina sobre os perigos do trote vexatório. Os últimos acontecimentos registrados pela mídia nacional, como o risco de morte por ingestão demasiada de álcool, foram destacados durante as conversas realizadas no campus da faculdade.

“A instituição, em face ao seu papel educador, reforça o aspecto ilegal do trote, mas acima de tudo a ênfase nos seus valores éticos e morais que não aceitam atos de exclusão social, intimidação, grosseria e constrangimento aos alunos ingressantes. Portanto, a instituição alerta os alunos que atos como esse, além de ilegais, são péssima representação da raça humana e não devem ser realizados dentro ou fora do campus, pois isso compromete a imagem da profissão médica diante da sociedade e fere os valores institucionais”, ressalta Paulo Klingelhoefer de Sá, coordenador do curso de Medicina da FMP/Fase.

Os ingressantes no curso de Medicina apoiam a iniciativa da FMP/Fase e destacam que a recepção aos calouros pode ser muito agradável e que ambos, os calouros e os veteranos, têm muito a contribuir para a formação de um grupo de excelentes futuros profissionais da área da saúde.

“Sou a favor de trotes solidários, pois além da integração com os veteranos, podemos ajudar as pessoas que realmente precisam e já estabelecer contato com os moradores dos locais em que iremos atuar ao longo do nosso curso. A partir do momento que se perde a noção e começa a humilhar as pessoas, o trote passa a não ser legal”, ressaltou a nova universitária Beatriz Araújo Conrado.

O coordenador do curso de Medicina visitou todas as salas de aula do curso para conversar com os ingressantes e também com os veteranos. A preocupação da faculdade com o bem-estar de todos os estudantes e a postura em relação à proibição da prática de trotes no campus foram frisados.


“Nós não apoiamos ações que fomentem a violência física, psicológica e moral disfarçadas de recepção afetiva e acolhedora aos calouros, regadas a álcool. Estimulamos para que os veteranos sejam criativos e rompam definitivamente a cultura da vingança e da aberração de um ano para o outro. Confiamos no bom discernimento e no bom senso dos formadores de opinião que podem virar esse jogo”, destaca Paulo Sá.