A Terapia Assistida por Animais (TAA) e a Atividade Assistida por
Animais (AAA) são temas de um projeto de extensão coordenado por Priscilla
Muralha, aluna do 9º período de Enfermagem da FMP/Fase, que está em
desenvolvimento desde o início do ano na Unidade de Saúde da Família do
Caxambu.
Baseado no trabalho de conclusão de curso da aluna, o projeto procurar
entender, na prática, como funcionam as técnicas que utilizam a presença de
animais para ajudar pacientes com diversos tipos de enfermidade, influenciando
positivamente os tratamentos.
“Comecei a pesquisar como essa relação poderia auxiliar no tratamento
psicológico dos pacientes ao perceber o alívio no meu estresse quando eu
chegava em casa e tinha contato com meus animais”, explica a aluna.
A iniciativa conta com parceria do cinoterapeuta Leandro Lopes, que
também realiza um trabalho com cães no Centro de Terapia Oncológica – CTO. De
acordo com Priscilla, os resultados das primeiras sessões realizadas na USF
Caxambu mostram resultados positivos para pacientes, familiares e funcionários
dos postos, corroborando os estudos científicos.
Em um dos experimentos feitos na quadra ao lado da Unidade, onde um
trabalho de consciência corporal ocorre semanalmente, o cão Ganny interagiu com
10 pessoas, sendo uma criança, durante 80 minutos, tudo sob a supervisão de
Leandro.
“O primeiro a ser observado é que o ambiente foi totalmente modificado
pela presença do animal, proporcionando alegria. Também pudemos observar uma
mudança na relação dos membros da equipe uns com os outros, pois, no início,
podia ser percebida uma certa timidez, mas isso foi se modificando durante a
atividade. Por último, a mudança de atitude da criança que, inicialmente,
estava com medo do animal, mas, ao final, já acariciava o cão sem preocupação”,
destaca Priscilla.
Ainda de acordo com a aluna, apesar dessa forma terapêutica já ser
utilizada com sucesso em países como os Estados Unidos, o quadro ainda é bem
diverso no Brasil, pois falta um conhecimento mais aprofundado dos benefícios de
terapias e atividades assistidas por animais pelos profissionais de saúde e
ainda são poucas as instituições que se arrojam a oferecê-las. “Ainda é uma
área muito nova aqui no país, mas merece atenção especial, pois, ao mesmo tempo
que você trata a doença em si, também alcança outros fatores da vida daquela
pessoa, todos os aspectos que irão melhorar o quadro em que o paciente se
encontra”, conclui.