sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Cientistas criam ranking dos alimentos nutritivos

O que o brócolis, a blueberry (vacínio), o quiabo, a laranja e a vagem têm que o picolé, o chocolate ao leite, o pão branco e o refrigerante não têm? Cientistas americanos afirmam que os alimentos incluídos no primeiro grupo apresentam a pontuação máxima em uma lista que classifica o valor nutricional dos alimentos em escala de 1 a 100 - ou seja, estão entre os mais nutritivos e saudáveis que existem. Os alimentos do segundo grupo, por outro lado, ocupam os últimos lugares na lista. Picolés e refrigerantes ganham apenas 1 ponto; o chocolate ao leite ganha 3 pontos e o pão branco, 9 pontos.
Liderada pelo especialista em nutrição David Katz, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, uma equipe com profissionais de diversas instituições criou o ranking de classificação NuVal System (Overall Nutritional Quality Index, ou Índice Geral de Qualidade Nutricional).

Os criadores do índice dizem esperar que o NuVal passe a ser usado por milhares de supermercados nos Estados Unidos como um ponto de referência para orientar o consumidor na compra dos alimentos necessários para uma dieta saudável.


Informações confusas
Katz e seus colegas argumentam que as informações incluídas hoje em embalagens de produtos são confusas e afirmam que o NuVal System pode resolver o problema. Cada produto recebe uma pontuação. Quanto maior ela for, maior o valor nutritivo do alimento. Segundo o site do NuVal System (www.nuval.com), ao aplicar os mesmos critérios para todos os produtos, o índice permite comparações entre alimentos de categorias diferentes. Ou seja, se você estiver em dúvida entre chupar um picolé ou uma laranja, poderá saber, sem sombra de dúvidas, que a laranja vai deixá-lo melhor alimentado de acordo com a tabela dos cientistas.

O ranking se baseia em uma fórmula que mede a qualidade nutricional de alimentos e bebidas com base em critérios já estabelecidos por profissionais de nutrição, saúde pública e médicos. Os critérios são, por exemplo, a tabela de doses recomendadas de nutrientes - do Institute of Medicine, nos Estados Unidos - e o guia para dieta dos americanos - adotado pelo Departamento de Saúde do país. Informações sobre como bons hábitos alimentares podem auxiliar a saúde e evitar riscos de doenças crônicas divulgadas pelo governo americano também foram levadas em consideração. Combinadas, essas diretrizes foram usadas para quantificar a presença de mais de 30 componentes - como vitaminas, minerais, fibra e anti-oxidantes, açúcar, sal, gorduras trans, gordura saturada e colesterol - nos alimentos. O sistema também mede a qualidade da proteína, da gordura e do carboidrato, assim como as calorias e a presença de gorduras ômega-3.


Índice NuVal
Segundo a fórmula, se um alimento é rico em componentes considerados favoráveis à saúde, sua posição no índex NuVal sobe. Os componentes "bons" são, entre outros, fibras, vitaminas A, C, D, E, B12, B6, potássio, cálcio, zinco e ferro. Açúcar, colesterol, sal, gordura saturada e gordura trans, quando presentes em um alimento, baixam sua posição no ranking.


Para os carnívoros, a tabela NuVal indica que uma costelinha de porco soma 25 pontos, mas o peito de peru sem pele alcança quase o dobro, com 48 pontos. Apesar do índice baixo do chocolate ao leite, que tem 3 pontos, o meio-amargo tem desempenho melhor, com 10 pontos.


A tabela no site do NuVal System não menciona a pontuação de alguns favoritos na dieta dos brasileiros, como o pão de queijo e o brigadeiro.


(fonte: BBC Brasil, 23/10/2008)

46º Congresso Brasileiro de Educação Médica

O 46º Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM) foi realizado entre os dias 18 e 21 de outubro, em Salvador – Bahia, com o tema “200 anos de Ensino Médico no Brasil: de volta pra o futuro”. Foram submetidos e aprovados três trabalhos apresentados por docentes da FMP/FASE:

Professor Paulo K. Sá
Trabalho:
Uma alternativa para a atenção básica construída por estudantes de enfermagem e residentes de Medicina de Família e Comunidade da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Co-autora: Paula Scandian Bergamaschi (resiente)

Trabalho: Análise dos estudantes de graduação de medicina sobre a contribuição do programa Curriculas Saúde e Sociedade da Faculdade de Medicina de Petrópolis na formação de um médico mais humanista e holístico.
Co-autores: Alberto Santos Marinho, Amanda Uchôa de Souza Cruz, Leonardo Medeiros Vitório, Alexandre Lemos Tavares e Brainner Vinnícius Campos Barbora (estudantes de medicina)


Professora Derly Streit
Trabalho:
Postura dos estudantes da Faculdade de Medicina de Petrópolis diante de problemas que retratam dilemas da ética médica.
Co-autores: Adriana P. Gomes, Bárbara K. Noel, Beatriz K. Noel, Camila V. F. Sousa e Leonardo G. Sousa (estudantes de medicina).


Professor Marco Aurélio R. F. Passos
Trabalho:
Perfil dos cadáveres do laboratório de anatomia da Faculdade de Medicina de Petrópolis, a mudança do seu perfil de acordo com as décadas e sua relação com indigentes da Cidade do Rio de Janeiro.
Co-autores: Alberto Santos Marinho, Cesar Henrique de Carvalho Souza, Leonardo Medeiros Vitório, Alexandre Lemos Tavares, Brainner Vinnícius Campos Barbosa (estudantes de medicina), Luis Fernando Poyares de Albuquerque (professor da disciplina de anatomia).


Estiveram presentes na 46º COBEM, representando a Faculdade de Medicina de Petrópolis, os professores Ana Lúcia Pinto, Atílio Valentini , Claudia Vasconcellos, Cristina Ezequiel, Derly Streit, Guillermo Lopez Lopez, João Miranda, Paulo Sá e Rolf Kreuzif.

Brasil é exemplo na atenção básica à saúde, diz OMS

O relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção da atenção primária à saúde em todos os países e destaca o Brasil como exemplo dessas iniciativas.

O documento, intitulado Atenção Primária à Saúde agora mais do que nunca, recomenda que os países adotem cuidados primários de saúde em suas políticas numa tentativa de combater a desigualdade e ineficiências dos problemas de saúde. Nesse sentido, a OMS destaca iniciativas como o Programa Saúde da Família e os observatórios de Recursos Humanos em Saúde como modelos a serem seguidos já que demonstraram bons resultados para aprimorar o sistema público de saúde no Brasil.

De acordo com o relatório, há uma grande desigualdade no acesso à saúde, no custo e nos resultados das políticas de saúde ao redor do mundo. Como exemplo, o documento cita que a diferença na expectativa de vida dos cidadãos de países pobres e ricos é maior do que 40 anos e que os gastos públicos em saúde variam de apenas US$20 por pessoa para mais de US$6 mil. "A desigualdade de acesso, custos altos e a falta de confiança no sistema de saúde constituem uma ameaça à estabilidade social", diz o documento.

Problemas

A OMS destaca que a especialização excessiva nos países ricos e os programas voltados à apenas uma doença nos países pobres, assim como os gastos em serviços de cura e que abandonam políticas de prevenção e promoção da saúde são alguns dos exemplos da ineficiência dos sistemas de saúde atuais.

Para tentar combater esses problemas, a OMS recomenda, em seu relatório anual, que os países adotem os cuidados básicos de saúde estabelecidos na Declaração de Alma-Ata, de 1978. O sistema oferece uma abordagem holística das políticas de saúde que vai além do modelo médico e recomenda a participação da comunidade e a igualdade de acesso.

De acordo com a declaração, os cuidados primários de saúde são "cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país podem manter em cada fase de seu desenvolvimento".

Exemplo

Para implementar as reformas, a OMS faz quatro recomendações e destaca o sucesso das iniciativas adotadas no Brasil com relação à atenção primária.

Em primeiro lugar, o documento recomenda os países adotem o acesso universal à saúde e cita o Brasil como exemplo. "O Brasil, que começou a adotar o sistema de acesso universal em 1988 já oferece o acesso a 70% da população", diz o documento. Além disso, o relatório aconselha ainda que o sistema de saúde tenha a população como foco e afirma que "sistemas de saúde podem ser reorientados para atender melhor às necessidades das pessoas através de pontos estabelecidos na comunidade".

Novamente, o documento cita o sucesso do programa brasileiro Saúde da Família, adotado em 1994 como um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a atenção básica. Em entrevista à BBC Brasil, o editor responsável pelo relatório neste ano, Win Van Lerberghe, afirmou que o programa é "um dos exemplos mais impressionantes do impacto da adoção dos cuidados básicos e de como esses cuidados devem ser implementados para que proporcionem melhoria na qualidade da saúde e traga resultados"."O programa brasileiro demonstra o modo como o sistema deve caminhar", afirmou.

Descentralização

O documento ressalta ainda a necessidade de descentralizar as políticas de saúde e incorporar outros setores, como o de educação, por exemplo, como parte do sistema do país para garantir uma melhor cobertura das políticas de prevenção.

Finalmente, a OMS recomenda que o sistema de saúde seja implementado com liderança e que envolva todos os setores da sociedade o setor privado, as comunidades, a sociedade civil e o empresariado. Nesse sentido, o relatório destaca o trabalho dos observatórios em Recursos Humanos em Saúde no Brasil, que desenvolve pesquisas e sistematiza as informações sobre saúde para oferecer subsídios na formulação de políticas de saúde em todos os níveis. Segundo Lerberghe, os observatórios são um "modelo" no âmbito das políticas públicas de saúde. "O modo como as autoridades de saúde brasileiras trabalham com a sociedade civil e com os acadêmicos é um exemplo a ser seguido", disse Lerbergue à BBC Brasil.


(Por Néli Pereira, Folha de S. Paulo 15/10/2008.)