terça-feira, 3 de setembro de 2019

FMP/Fase oferece nova Especialização em Perícia Médica

A Medicina Legal e Perícia Médica, uma das 53 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, ainda é pouco reconhecida como especialidade tanto por advogados quanto por médicos. No entanto, é uma área de atuação em franca expansão no nosso país. É senso comum que para uma boa avaliação médica é necessário extenso conhecimento de Medicina clínico-cirúrgica. Entretanto, para a realização de uma perícia médica adequada e a produção de um laudo pericial médico de qualidade, é também necessário o conhecimento das nuances das diferentes áreas periciais como a Cível, a Securitária, a Trabalhista, a Previdenciária, entre outras. 


Com a proposta de formar profissionais especializados na área, a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase) está com inscrições abertas para o Curso de Especialização em Perícia Médica, com início confirmado para o dia 18 de outubro deste ano.

“De fato, a partir da Resolução CFM 1.973/2011, a área de atuação denominada Perícia Médica foi incorporada à especialidade Medicina Legal e se tornou especialidade médica reconhecida pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina como Medicina Legal e Perícia Médica. Assim, embora qualquer médico com CRM ativo possa realizar Perícias Médicas, é o profissional com especialização em Perícias Médicas o que reúne as melhores condições para elaboração de um laudo pericial apropriado para cada caso”, explica o médico Marcus B. Conde, Perito Judicial do TJRJ e da JFRJ e coordenador da Especialização em Perícia Médica da FMP/Fase. 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recentemente publicou um estudo realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (INSP) demonstrando um aumento de 130% nos processos judiciais envolvendo o tema “saúde”. Os dados da pesquisa apontam que este fenômeno é crescente, com demandas judiciais relacionadas à saúde aumentando a cada ano. 

“Assim, a judicialização da saúde se constitui atualmente um problema do Sistema Judiciário brasileiro, que tem de lidar com centenas de milhares de processos relacionados a este tema. É esperado que estes dados causem diferentes consequências nos próximos anos. No Judiciário, propostas como a criação de varas especializadas em saúde, por exemplo, já estão em andamento. Na Medicina, a procura cada vez maior por peritos médicos certamente incentivará a formação de novos especialistas e a maior visibilidade desta fascinante e ainda pouco conhecida área de atuação médica”, destaca Marcus Conde. 

O Curso de Especialização em Perícia Médica da FMP/Fase é reconhecido pelo MEC e terá 12 módulos mensais distribuídos da seguinte forma: seis módulos híbridos (um por mês) com 20 horas presenciais (sexta-feira, das 13h às 20h; sábado, das 8h às 18h; e domingo, das 8h às 13h) e 10 horas em EAD (ao longo do mês do módulo presencial). Terá ainda cinco módulos de 30 horas integralmente em EAD e um módulo (o último) de 30 horas integralmente presencial (quinta-feira, das 13h às 20h; sexta-feira, das 8h às 18h; sábado, das 8h às 18h; e domingo, das 8h às 13h) para prática de elaboração de laudos periciais e elaboração do trabalho de conclusão de curso (TCC). 

Os módulos em EAD ficarão disponibilizados para o aluno durante 30 dias na plataforma da FMP/Fase, período este em que o mesmo deverá assistir às aulas on-line, ler o material disponibilizado e fazer os exercícios. Há várias atividades interativas simples. Além do fórum de discussão, haverá um chat ao final do módulo para que os alunos possam sanar dúvidas remanescentes com os professores.

O corpo docente da especialização da FMP/Fase é formado por doze profissionais, sendo 11 médicos e um advogado. Todos com grande expertise em Perícia, larga experiência didática e renome nacional. Todas as aulas presenciais ocorrerão no Campus da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase), localizado na Avenida Barão do Rio Branco, 1003, Centro de Petrópolis. Outras informações e as inscrições estão disponíveis no site www.fmpfase.edu.br.

Encontro de pesquisadores destaca descobertas sobre a vacina BCG

A Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) sediou o encontro anual do INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) sobre tuberculose, realizado no dia 22 de agosto. O grupo interdisciplinar de profissionais da FMP/Fase, PUCRS, UFRGS, Fiocruz e Fundação Ataulpho de Paiva que atua pesquisando a vacina BCG já encontrou algumas respostas positivas da ação da vacina, não apenas contra a tuberculose, mas princípios ativos que induzem sucesso também no tratamento de outras doenças.

“Quando nos encontramos anualmente, com grupos do Rio de Janeiro e de Porto alegre, trocamos muitas experiências. Fico muito feliz por ver que estamos evoluindo. No Brasil, temos a grande vantagem de ter a vacina contra a tuberculose, considerada uma das melhores do mundo, mas descobrimos recentemente que a BCG é um imunomodulador, então é um tratamento de escolha para o câncer de bexiga, em doses e com formulação diferentes, e está sendo testada nos Estados Unidos para prevenção de diabetes. Também temos dados que nos mostram ser interessante para o tratamento da asma. Então, estamos desenvolvendo as pesquisas em todas essas áreas”, explica Luiz Roberto Castello Branco, diretor científico da Fundação Ataulpho de Paiva.


O objetivo central do encontro foi reunir os pesquisadores para que pudessem discutir os resultados preliminares, adquiridos ao longo do período de estudos e análises em todos os laboratórios, para que fossem tomadas algumas decisões relativas ao financiamento do projeto.

“A minha linha de pesquisa envolve o que chamamos genericamente de imunomodulação, ou seja, o estudo de substâncias e mecanismos que possam regular a resposta imunológica tanto para a potenciação como para a supressão. Eu entrei neste grupo há pouco mais de 6 meses. Temos alguns projetos com a vacina para tuberculose (BCG) que também não foram publicados ainda, pois estamos realizando a parte experimental”, destaca José Mengel, pesquisador e professor da FMP/Fase/Fiocruz.

Segundo os pesquisadores, as recentes descobertas sobre as funcionalidades da vacina BCG também para prevenção de outras doenças, além da tuberculose, merecem um olhar mais atento e investimentos contínuos nos estudos.

“Ao meu ver, a pesquisa sobre a vacina BCG precisa ser contínua e com constantes investimentos. O que nós estamos tentando fazer é reunir pesquisadores especialistas na área de vacina, principalmente que têm em comum o entendimento primeiro de como realmente essa vacina funciona, pois daqui a dois anos essa vacina vai completar cem anos e não sabemos exatamente como ela funciona. A proteção que a BCG proporciona contra a tuberculose é apenas a ponta do iceberg, pois estudos preliminares indicam que ela pode ser usada contra outras enfermidades, como a asma e tumores”, ressalta Paulo Antas, pesquisador da Fiocruz.


Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, as pesquisas buscam na flora brasileira compostos que possam favorecer o desenvolvimento de vacinas mais eficazes na prevenção de doenças.

“Desde 2015, trabalho nesse projeto de pesquisa. O nosso laboratório de fisiologia vegetal da Universidade colabora desde antes de 2009 com um projeto para prospecção de novos compostos que tenham uma atividade antituberculose, a partir de plantas que são encontradas na Mata Atlântica, por exemplo. Temos uma grande biodiversidade e ainda não a exploramos de maneira sustentável”, pondera Anna Yendo, pesquisadora da UFRGS.

O fato de Petrópolis estar aberta para sediar encontros de pesquisa e promover atividades com pesquisadores de diferentes regiões do país e também do exterior fomenta a vocação do município como Cidade Universitária, projeto este que recebe o apoio e o investimento da FMP/Fase. 

“Os saberes têm que circular e o nosso papel é proporcionar o acolhimento a esses pesquisadores e os instrumentos necessários para o trabalho desses grupos de pesquisa, de forma que a humanidade possa aproveitar as suas descobertas e beneficiar a saúde da população. Estamos sempre buscando oportunidades para revelar que Petrópolis pode ser uma Cidade Universitária, promovendo a troca de saberes, atraindo pesquisadores de renome que estejam interessados em linhas de pesquisas de importância para a nossa sociedade”, acrescenta Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves, supervisora geral da FMP/Fase. “A nossa cidade já é acolhedora por si e dispõe de todos os recursos para proporcionar a esses pesquisadores um bom ambiente de trabalho, com recursos tecnológicos e apoio administrativo. Creio que esse seja um bom começo para o projeto Cidade Universitária, que promove o encontro de saberes”, finaliza a educadora.