sexta-feira, 3 de março de 2017

Curso de extensão da Fase aborda Superbactérias e a Resistência aos Antibióticos

Especialistas na área médica afirmam que, atualmente, a resistência bacteriana é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo, pois as populações bacterianas resistentes estabelecem um grande desafio à terapia antimicrobiana. Nesse contexto, a Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) está oferecendo o curso de extensão que pretende promover a atualização no tema e a discussão sobre a temática da resistência aos antimicrobianos e as chamadas superbactérias.

“Algumas espécies bacterianas, multirresistentes, têm se tornado habitantes comumente encontradas no ambiente hospitalar e nas instituições de saúde, tornando cada vez mais difícil o tratamento destas graves infecções. Além disso, essas bactérias têm demonstrado, usualmente, um poder elevado de disseminação, tornando difícil o controle de infecções, não somente dentro das instituições de saúde, mas também no ambiente extra-hospitalar”, afirma o responsável pelo curso, Leonardo Alves Rusak, mestre em Medicina Tropical e Doutorando em Medicina Tropical na Fiocruz.

Rusak explica que, ao longo dos anos, estão sendo criadas e descobertas novas substâncias com poder antibiótico, no entanto, esses novos fármacos demoram em média 10 anos para chegarem ao mercado, sendo que as bactérias resistentes têm surgido num espaço de tempo bem menor. 

“A resistência aos fármacos antimicrobianos corresponde à capacidade da bactéria em resistir ao agente quimioterápico empregado. Essa resistência ocorre devido a algumas características codificadas geneticamente, que podem ter diversas origens, como mutações genéticas, seleção de cepas naturalmente resistentes, entre outras”, avalia o também professor do curso Thiago Pavoni Gomes Chagas, mestre e doutor em Medicina Tropical pela Fiocruz e com especialização em controle de infecções relacionas à assistência à saúde, pela UFF.

Os especialistas ressaltam que as chamadas superbactérias (bactérias com perfis de resistência a uma droga ou múltiplas drogas antimicrobianas) são problemáticas no ambiente hospitalar em pacientes internados, especialmente aqueles gravemente debilitados, os quais acabam tendo uma antibioticoterapia por um tempo prolongado, favorecendo a seleção de cepas multirresistentes.

“A utilização da antibioticoterapia é necessária em casos nos quais o próprio organismo não consegue debelar a infecção ou para se prevenir uma infecção bacteriana após um procedimento cirúrgico. Contudo, existem alguns estudos realizados ao redor do mundo que tentam desenvolver abordagens alternativas à antibioticoterapia no tratamento de infecções por essas superbactérias, por exemplo: a fagoterapia (utilização dos vírus das bactérias) e a engenharia genética. Vale ressaltar, no entanto, que essas novas técnicas encontram-se em um estágio muito embrionário e levarão muitos anos para que comecem a obter algum resultado satisfatório”, finaliza a outra professora do curso, Vanessa de Souza Rodrigues, mestranda em Doenças Infecciosas e Parasitárias na UFRJ.


O tema será amplamente discutido durante o curso de extensão da FMP/Fase, que será realizado nos dias 29 de abril, 06 e 13 de maio de 2017, das 13h às 17h, no campus da faculdade. As inscrições, que devem ser feitas até o dia 26/04, e outras informações estão disponíveis no site: www.fmpfase.edu.br.  

Petrópolis ganha Manual do Gestor de Saúde do SUS

Os 5.570 municípios Brasileiros contam, a partir de agora, com o Manual do Gestor(a) Municipal do SUS. A primeira edição da publicação que aborda “Diálogos no Cotidiano” surgiu após a identificação da necessidade de auxiliar os novos Secretários Municipais de Saúde que foram empossados em 2017. O incessante aumento da complexidade da gestão do SUS e a inexistência de um material que apresentasse em detalhes a gestão da área foram as principais razões que fizeram com que o Manual fosse elaborado.

A Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) e professora titular dos cursos de Odontologia, Medicina e Administração da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), Ana Maria Auler, que foi uma das coordenadoras e autoras do manual, explica que o material foi produzido pela parceria entre o Instituto de Medicina Social da Uerj, onde Ana Auler é pesquisadora, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (COSEMS-RJ) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), especificamente para os gestores municipais, com a preocupação de abordar questões reais dos municípios brasileiros.

“O manual apresenta situações-problemas organizadas em três partes: Gestão do SUS, Atenção Básica e Vigilâncias e Redes Regionalizadas de Atenção. A ideia foi organizar por temas que possuíssem uma afinidade e tratassem dos principais problemas enfrentados pelos gestores. Uma boa gestão tem relação direta com a qualidade do atendimento e o SUS é muito complexo, exige conhecimentos específicos. Muitos gestores são profissionais de saúde sem nenhuma experiência ou formação em gestão, por isso esse material é tão importante e um ganho enorme para a continuidade do desenvolvimento da área de saúde municipal”, destaca Ana Auler.

O país enfrenta uma série de dificuldades na área de saúde pública. O montante de recursos envolvidos é grande, porém o aumento da despesa é crescente, seja por problemas de gestão, seja pelo perfil epidemiológico da população. Ana Auler explica que existem novos problemas de saúde decorrentes do modo de vida no século XXI, além de persistirem os problemas relacionados à falta de saneamento básico e ainda sem se vislumbrar solução, como é o caso da dengue e da febre amarela. No cenário atual, há ainda carência por profissionais qualificados em vários lugares do país.

“Em Petrópolis, a gestão também não é exceção e se configura como um desafio. A cidade é um Polo na Região Serrana e, pelo tamanho e complexidade de sua rede de serviços de saúde, possui uma responsabilidade enorme no âmbito do SUS regional. Nesse sentido, a FMP/Fase é um ator estratégico no SUS em Petrópolis e, na medida em que seus cenários de prática estão vinculados ao SUS, favorece a formação de um profissional que possa atuar em sintonia com os princípios e diretrizes do Sistema”, finaliza Ana Maria Auler.



Petrópolis recebe novos profissionais para atuar no serviço público de saúde

A cidade de Petrópolis recebeu, nesta quinta-feira(02), um reforço para o sistema público de saúde. Os novos profissionais que irão compor o quadro de residentes da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) irão se capacitar para atuar tanto nas Unidades de Saúde da Família, quanto no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. O grupo composto por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas irá preencher 40 vagas nas seguintes especialidades: Atenção Básica, Enfermagem em Terapia Intensiva, Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Medicina de Família e Comunidade, Neonatologia, Obstetrícia e Ginecologia, Pediatria, e Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

“Receber os novos residentes é uma alegria, pois eles oferecem uma contribuição muito grande para o nosso sistema público de saúde. Ao integrar as equipes dos diversos serviços, além de aprender, vão contribuir para o fortalecimento do SUS. É um desafio fazer um programa articulado com o sistema público de saúde, onde todos ganham, todos aprendem e nós também preparamos profissionais especializados para uma carreira de sucesso”, comenta Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves, supervisora geral da FMP/Fase.

Pela manhã, os estudantes dos Programas de Residência Médica puderam conhecer as instalações do Hospital de Ensino Alcides Carneiro, enquanto os alunos dos Programas de Residência Multiprofissional e de Residência Profissional em Área da Saúde participaram de uma oficina e tiveram um encontro com seus tutores. À tarde, o grupo foi recepcionado pelos diretores da FMP/Fase e assistiu a uma palestra sobre os desafios do SUS, ministrada pela Drª Maria Cecília de Souza Minayo, da Fiocruz.

Entre os residentes há estudantes vindos até mesmo de Recife, assim como Juiz de Fora, São João Nepomuceno, Nova Friburgo, Três Rios, Teresópolis e Rio de Janeiro, como é o caso da psicóloga Aline Ribeiro. “Quando a gente sai do curso de Psicologia, a gente sai muito orientado para o atendimento individual e, como eu sempre quis psicologia em saúde, a minha expectativa está direcionada para esse atendimento coletivo, e um crescimento profissional baseado nesse tipo de atendimento”, revela.


Na ocasião, os residentes também participaram de dinâmicas de integração promovidas pelo Núcleo Pedagógico da faculdade e ainda assistiram à cerimônia de encerramento das primeiras turmas dos programas de Residência Multiprofissional e de Residência Profissional em Área da Saúde.


 Supervisora Geral da FMP/Fase, Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves

Formandos da I Turma do Programa Residência Multiprofissional e Profissional em Área da Saúde
Recepção Residentes 2017

Recepção Residentes 2017