quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Professores da FMP/Fase sentem na pele os obstáculos vividos por pessoas com deficiência


De acordo com o Censo da Educação Superior de 2013, a matrícula de pessoas com deficiência no Ensino Superior aumentou quase 50% nos últimos cinco anos. Com a nova Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor este ano, esse número tende a aumentar pois determina, por exemplo, a garantia da oferta do sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino. Para atender melhor a essa demanda, a Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) incluiu em seu programa de capacitação de professores, aplicado nos dias 01 e 02 de fevereiro, atividades voltadas para a inclusão e o atendimento desse público.

Oseducadorespuderam vivenciar as limitações pelas quais pessoas com deficiência (física, mental, intelectual ou sensorial) enfrentam no dia a dia.“Eu achei uma experiência muito válida. A gente tem que prestar mais atenção nos alunos, até mesmo no posicionamento em sala de aula, na maneira de falar, se expressar, porque às vezes a gente chega com muito conteúdo e começa a falar e, não precisa ser um aluno surdo, qualquer aluno que esteja um pouco mais cansado ou distraído, não vai absorver a informação. Então tem que ter mais atenção, mais ainda do que a gente já procura ter”, comenta Helga Soares, que simulou ter deficiência auditiva.
Segundo Ana Helena Goldenstein, coordenadora do Núcleo Pedagógico da FMP/Fase, o objetivo do treinamento foi sensibilizar para o tema e dar subsídios para que os docentes possam refletir sobre o assunto e trabalhá-lo com seus alunos. “Através do Pipa (Programa Institucional de Promoção à Acessibilidade), a gente vem apontando para os professores ferramentas e instrumentos que eles já podem estar utilizando no seu dia a dia. Muitas vezes, a questão da acessibilidade é de atitude para com o outro, não somente o deficiente físico, mas o deficiente intelectual ou sensorial”, explica a psicopedagoga.
Para garantir o acesso de todos a seu campus, nos últimos anos, a FMP/Fase tem investido na instalação de sinalizações táteis, rampas e elevadores, vagas reservadas no estacionamento, banheiros, telefones públicos, balcões, carteiras e bebedouros adaptados e oferece uma cadeira de rodas, que pode ter seu uso solicitado na recepção. “Nós, como educadores, temos um papel de suma importância para viabilizar isso, não só no sentido da aceitabilidade, mas também desenvolvendo métodos de ensino para esses alunos”, salienta o enfermeiro Roberto Lima Costa, que teve um dos braços e as duas pernas imobilizados, precisando se locomover pela faculdade com o auxílio da cadeira de rodas e um cuidador.

“A gente fez com que eles vivessem essa atividade justamente para entender um pouco como que o deficiente se sente e quais são as nossas barreiras, o que falta trabalhar, como deve se comportar um cuidador. Agora é arregaçar as mangas e aos poucos ir transpondo todos os desafios e sugestões que eles nos deram, para eliminar as dificuldades e barreiras não só arquitetônicas, mas também metodológicas”, acrescenta Ana Helena.

A FMP/Fase também dispõe de softwares em computadores destinados a pessoas com deficiências físicas e sensoriais e conta com funcionários capacitados no atendimento especializado aos alunos com necessidades especiais e na linguagem de sinais. Além disso, a instituição disponibiliza recursos para auxiliar na realização do vestibular pelo candidato com deficiência e adequou seus critérios de avaliação do desempenho do estudante, incluindo estratégias que consideram as especificidades de cada aluno. Também foi criada uma cartilha sobre a acessibilidade ao campus da faculdade, disponível para consulta nos setores e no site.