quinta-feira, 16 de julho de 2009

Continuidade de tratamento é essencial para combater o HPV


RIO DE JANEIRO - As chances de cura de mulheres atingidas por algum dos cerca de 200 tipos de HPV chegam a quase 100% quando o diagnóstico é realizado precocemente. Contudo, muitas ainda não seguem a recomendação médica de realizar o exame Papanicolaou anualmente e correm o risco de desenvolver o câncer do colo do útero. E mais, mesmo após o diagnóstico, é grande também o número de pacientes que abandonam o tratamento.
Para conscientizá-las sobre os riscos da doença e sobre a importância de dar continuidade ao tratamento, a professora de enfermagem da Faculdade Arthur de Sá Earp Neto (Fase), Aline Furtado, criou um grupo pioneiro com alunos do curso: os estudantes entram em contato com as pacientes que interromperam o tratamento no Centro de Saúde de Petrópolis e as estimulam a retornar.
- Percebemos que o abandono acontece, na maioria das vezes, por desconhecimento - explica a professora.
Segundo a professora, a iniciativa foi decorrente da observação do crescimento do número de casos da doença. Estudos mostram que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas são infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. A incidência entre as jovens é maior: pesquisadores da UFRJ identificaram recentemente, a partir de análises do Inca, que 8,9% das adolescentes apresentam lesões no colo uterino induzidas pelo HPV, enquanto a incidência sobre o total de mulheres sexualmente ativas é de 5,6%.
A transmissão é realizada por via sexual, mas, diferentemente de outras doenças sexualmente transmissíveis, em geral os homens infectados não desenvolvem sintomas. Por isso, há um alto risco de contração do HPV em mulheres que têm relações sexuais sem o uso de preservativos.
A doença provoca o aparecimento de feridas e verrugas na região genital, que são tratadas por meio do uso de remédios e por cauterizações com ácido nas regiões atingidas. A principal forma de prevenção é o uso da camisinha.
Pesquisas ainda estão sendo feitas sobre a eficácia da vacina contra HPV, que não é fornecida pela rede pública de saúde. De acordo com a professora Aline Furtado, essa vacina evita o aparecimento de alguns tipos de HPV, mas não protege contra todas as variações do vírus – até porque nem todas elas já foram identificadas pelos cientistas.
16:39 - 15/07/2009

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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis