terça-feira, 14 de setembro de 2010

HAC recebe visita do Ministério da Saúde

Principal autoridade técnica do Ministério da Saúde, o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Francisco Eduardo de Campos, subiu a serra ontem acompanhado do assessor de Relações Institucionais do Ministério, Tite Borges, para uma apresentação especial no Hospital de Ensino Alcides Carneiro (HAC) sobre as diretrizes do governo para os hospitais de ensino. Falando a quase 200 pessoas, ele explicou os problemas dos governos federal, estadual e municipal para financiar a Saúde, detalhou os desafios para a formação de mão de obra e justificou a defesa governamental a modelos alternativos de gestão de hospitais.
Organizado pela Fundação Octacílio Gualberto (FOG), mantenedora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), e pelo Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (Sehac), mantenedor do HAC, o evento teve a presença do prefeito Paulo Mustrangi, da secretária municipal de Saúde, Aparecida Barbosa, e de representantes da Câmara de Vereadores, do Conselho Municipal de Saúde e do Conselho Regional de Medicina do Rio. Por duas horas, Francisco Campos falou, no Pavilhão de Ensino do HAC, sobre a visão do governo federal sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a formação de profissionais no país, com destaque para a complexa relação existente entre instituições de ensino, hospitais e governos.
“Hoje enxergamos o sistema de Saúde de forma diferente. Entendemos que não podemos pensar nesse tema no curto prazo. A questão da Saúde tem relação direta com a formação de recursos humanos, e isso é um trabalho de longo prazo”, explicou, lembrando que há algum tempo o funcionamento dos hospitais universitários era diferente.
“Nos acostumamos a hospitais de ensino e pesquisa sem comprometimento com a prestação de serviço. Esses hospitais, por muito tempo, tratavam o paciente apenas para demonstração da doença, sem responder as questões que envolvem essa doença. Para se ter uma idéia, os hospitais universitários, até 2001, atendiam apenas 1 em cada mil pacientes. Hoje entendemos que não é possível formar um profissional da Saúde sem inseri-lo na prestação de serviço, nos postos de saúde da família, nos hospitais públicos. Eles têm que atuar nas comunidades”, destacou.
Francisco Campos também defendeu modelos de gestão alternativos no sistema de Saúde, como o criado para gerir o Hospital de Ensino Alcides Carneiro – em 2008 o governo municipal criou o Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (Sehac), um ente de cooperação com o município para administrar o HAC. “Existem inúmeros modelos de gestão diferenciados no país, que garantem a flexibilização com a valorização do profissional. A tendência é que, aos poucos, o governo defina quais são mais eficientes. Não haverá modelo único”, ressaltou, lembrando que muitos questionam a novidade. “Pode ser que tenhamos que melhorar alguma coisa, mas o fato é que, hoje, essa é a melhor alternativa. É claro que o ideal seria que pudéssemos gerir tudo de forma eficiente, mas essa não é a nossa realidade”.
O Hospital de Ensino Alcides Carneiro é um dos quatro hospitais de ensino municipais reconhecidos pelo Ministério da Saúde em todo o país. A certificação, além de assegurar ambiente propício para a formação de profissionais na área da Saúde, garante ao hospital mais recursos: o repasse federal anual, que era de R$ 6,3 milhões antes da certificação, saltou para R$ 21,4 milhões com a certificação. Com isso, o município pode redirecionar os recursos que antes seguiam para o HAC: antes, o governo municipal aportava R$ 23,7 milhões por ano no hospital. Hoje esse valor caiu para R$ 14 milhões, permitindo uma melhor distribuição de recursos na rede de Saúde da cidade.

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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis