Quando o assunto é a terceira idade, a primeira imagem que nos vem à
mente é a de uma pessoa frágil, que precisa de muitos cuidados e necessita
estar sentada ou deitada para se sentir bem. No entanto, a vovó que ficava na
poltrona fazendo tricô e o vovô que gostava de dar comida aos animais decidiram
investir em atividades que proporcionam mais qualidade de vida.
Em Petrópolis, o grupo Sem Exagero, idealizado pelos cursos de
Enfermagem e Nutrição da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), que tem o
objetivo de fazer a manutenção dos valores de glicemia, nos portadores de
diabetes, e da pressão arterial, nos portadores de hipertensão, reúne
quinzenalmente mais de 20 idosos no Ambulatório-Escola, localizado em
Cascatinha.
“O número de idosos vem crescendo muito e é necessário saber envelhecer.
Por isso, há cinco anos a gente realiza os encontros com o grupo para abordar
questões como o cuidado com a saúde, a importância de fazer amigos e ter um
convívio social sadio. Além disso, sempre conversamos sobre as dúvidas que eles
trazem em relação aos cuidados com a higiene pessoal, entre outras mudanças no
modo de se vestir e de se alimentar”, ressalta Verônica Augusto, enfermeira do
Ambulatório-Escola da FMP/ Fase, responsável pelo grupo.
Durante os encontros são oferecidos debates, palestras, oficinas,
momentos de lazer, passeios culturais e festas de confraternização. A questão
da sexualidade também é um tema debatido com os idosos com o objetivo de desmistificar
algumas questões relacionadas ao tema.
“O preconceito existe em todas as camadas, por isso
é necessário trabalhar a questão da sexualidade com os idosos. São pessoas com
mais de 60 anos que querem viver com qualidade, assistir a filmes e falar sobre
a vida. O nosso objetivo é quebrar os tabus que envolvem esse tema”, destaca Anny
Mary Rosas, palestrante e professora adjunta do Departamento
de Metodologia do Ensino em Enfermagem da UFRJ.
Para alguns idosos, a falta de respeito das pessoas
em relação ao novo estilo de vida adotado pela terceira idade é lamentável.
“Nós fomos criadas na cultura do feio, do não poder
fazer. Fomos criadas para não sermos felizes. Antigamente era muito complicado
expor a nossa vontade, ainda mais sendo mulher. Hoje, a mulher tem autonomia e
precisamos lutar por nossos direitos, mostrar ao mundo que o idoso tem muita
experiência e pode colaborar com os mais jovens. Nós merecemos respeito”,
desabafa a aposentada, Maria Regina Quadrio.
O grupo Sem Exagero é acompanhado por uma equipe
multidisciplinar, formada por enfermeiros, nutricionistas, técnicos de
enfermagem, entre outros profissionais, que está atenta às mudanças de hábitos
dos idosos.
“No Brasil, as pessoas têm uma grande dificuldade de entender
o que é a sexualidade. O idoso quer ter o autocuidado, qualidade de vida e
poder passear com os amigos. É importante ressaltar que sexualidade é algo
fisiológico. Não é um termo somente ligado ao ato sexual, que sempre foi um tabu
na terceira idade. O olhar das pessoas deve ser diferente em relação aos idosos”,
enfatiza Renata Jabour, palestrante, doutoranda em Enfermagem.
O grupo Sem Exagero é aberto à participação de idosos de
todos os distritos de Petrópolis. O encontro do grupo é quinzenal,
realizado às segundas-feiras, no Ambulatório-Escola. Para mais informações,
basta entrar em contato pelo telefone: 2235-2224.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis