O crescente
aumento da incidência de casos relacionados a doenças autoimunes, que ocorrem
quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano, tem
estimulado os pesquisadores nos estudos referentes a essas enfermidades. Em
Petrópolis, o lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas
como lúpus, doença autoimune que pode afetar todos os órgãos e em especial a pele,
as articulações, os rins e o cérebro, é tema de destaque na Faculdade Arthur Sá
Earp Neto (FMP/Fase), onde, há dois anos, são realizados estudos sobre a doença.
Ao longo do
tempo, a pesquisa sobre lúpus, desenvolvida no laboratório da FMP/Fase em
parceria com a Fiocruz, que é focado no desenvolvimento de pesquisas na área de
doenças crônico-degenerativas, apresentou algumas evoluções.
“Nós sabemos que
a área da pesquisa demanda tempo, estudo e análise das etapas encontradas
durante o processo de conhecimento da doença em questão. No caso do lúpus, já
identificamos que alguns fatores ambientais podem influenciar no
desenvolvimento dessa doença”, revela o professor José Mengel, responsável pelo
estudo na FMP/Fase.
O pesquisador
ressalta que ainda não se sabe exatamente o que causa esse comportamento
anormal do organismo, mas a pesquisa indica que a doença seja resultado de uma
combinação de fatores genéticos e ambientais. Nesse caso, uma pessoa com
pré-disposição ao lúpus pode desenvolver a doença ao entrar em contato com
algum elemento do meio ambiente (uma droga, por exemplo) capaz de estimular o
sistema imunológico a agir dessa forma alterada.
“Já é de
conhecimento que algumas coisas podem agravar a doença, como: a exposição à luz
do sol e o uso de determinadas drogas. Os sintomas do lúpus podem surgir de
repente ou se desenvolver lentamente. O fato é que, no lúpus, a defesa
imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele,
articulações, fígado, coração,pulmão, rins e o
cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem
confundir e retardar o diagnóstico, por isso é importante o acompanhamento com
um especialista”, destaca o pesquisador.
Os princípios ativos
encontrados em alguns componentes da natureza, como alguns ácidos graxos, já se
mostraram eficazes no retardamento da evolução da doença experimental. A
composição encontrada pelo pesquisador, com ativos naturais, revela uma melhora
significativa, diminuindo as lesões renais e aumentando a sobrevida, segundo a
pesquisa que está sendo desenvolvida em Petrópolis.
“Nós buscamos encontrar
condições para proporcionar uma melhora na qualidade de vida das pessoas que
são acometidas por essa doença. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas os
resultados que encontramos nos indicam que estamos no caminho certo”, explica
José Mengel.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis