De
acordo com o Censo da Educação Superior de 2013, a matrícula de pessoas com
deficiência no Ensino Superior aumentou quase 50% nos últimos cinco anos. Com a
nova Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor este
ano, esse número tende a aumentar pois determina, por exemplo, a garantia da
oferta do sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de
ensino. Para atender melhor a essa demanda, a Faculdade Arthur Sá Earp Neto
(FMP/Fase) incluiu em seu programa de capacitação de professores, aplicado nos
dias 01 e 02 de fevereiro, atividades voltadas para a inclusão e o atendimento
desse público.
Oseducadorespuderam
vivenciar as limitações pelas quais pessoas com deficiência (física, mental,
intelectual ou sensorial) enfrentam no dia a dia.“Eu achei uma experiência
muito válida. A gente tem que prestar mais atenção nos alunos, até mesmo no
posicionamento em sala de aula, na maneira de falar, se expressar, porque às
vezes a gente chega com muito conteúdo e começa a falar e, não precisa ser um
aluno surdo, qualquer aluno que esteja um pouco mais cansado ou distraído, não
vai absorver a informação. Então tem que ter mais atenção, mais ainda do que a
gente já procura ter”, comenta Helga Soares, que simulou ter deficiência
auditiva.
Segundo Ana Helena Goldenstein,
coordenadora do Núcleo Pedagógico da FMP/Fase, o objetivo do treinamento foi
sensibilizar para o tema e dar subsídios para que os docentes possam refletir
sobre o assunto e trabalhá-lo com seus alunos. “Através do Pipa (Programa
Institucional de Promoção à Acessibilidade), a gente vem apontando para os
professores ferramentas e instrumentos que eles já podem estar utilizando no
seu dia a dia. Muitas vezes, a questão da acessibilidade é de atitude para com
o outro, não somente o deficiente físico, mas o deficiente intelectual ou
sensorial”, explica a psicopedagoga.
Para
garantir o acesso de todos a seu campus, nos últimos anos, a FMP/Fase tem
investido na instalação de sinalizações táteis, rampas e elevadores, vagas
reservadas no estacionamento, banheiros, telefones públicos, balcões, carteiras e bebedouros
adaptados e oferece uma cadeira de rodas, que pode ter seu uso solicitado na
recepção. “Nós,
como educadores, temos um papel de suma importância para viabilizar isso, não
só no sentido da aceitabilidade, mas também desenvolvendo métodos de ensino
para esses alunos”, salienta o enfermeiro Roberto Lima Costa, que teve um dos
braços e as duas pernas imobilizados, precisando se locomover pela faculdade
com o auxílio da cadeira de rodas e um cuidador.
“A gente fez com que eles
vivessem essa atividade justamente para entender um pouco como que o deficiente
se sente e quais são as nossas barreiras, o que falta trabalhar, como deve se
comportar um cuidador. Agora é arregaçar as mangas e aos poucos ir transpondo
todos os desafios e sugestões que eles nos deram, para
eliminar as dificuldades e barreiras não só arquitetônicas, mas também
metodológicas”, acrescenta Ana Helena.
A FMP/Fase
também dispõe de
softwares em computadores destinados a pessoas com deficiências físicas e
sensoriais e conta com
funcionários capacitados no atendimento especializado aos alunos com
necessidades especiais e na linguagem de sinais. Além disso, a instituição
disponibiliza recursos para auxiliar na realização do vestibular pelo candidato
com deficiência e adequou seus critérios de avaliação do desempenho do
estudante, incluindo estratégias que consideram as especificidades de cada
aluno. Também foi criada uma cartilha sobre a acessibilidade ao campus da
faculdade, disponível para consulta nos setores e no site.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis