Uma pesquisa desenvolvida em Petrópolis busca
comparar o perfil celular e o comportamento in vitro dos condrócitos
derivados da cartilagem do joelho e da cartilagem de septo nasal humano, para
definir qual deles poderia ser utilizado em uma futura aplicação clínica.
Condrócitos são células residentes do tecido cartilaginoso e o projeto,
coordenado pela professora Esther RiekoTakamori, do Centro de Medicina
Regenerativa da Faculdade de Medicina de Petrópolis (CMR da FMP/Fase), ganhou o
apoio da Faperj- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro.
“A cartilagem de joelho e do septo nasal são fontes
estratégicas de condrócitos, porém, elas possuem origens embriológicas
distintas e é possível que essa diferença influencie seus respectivos
potenciais quanto à regeneração de diferentes tecidos”, explica Esther, que desenvolve
o projeto com os pesquisadoresRadovanBorojevic, Karla Menezes e Ricardo Tesch.
Segundo Esther, com a pesquisa, espera-se que seja
possível delinear as diferenças comportamentais dos condrócitos derivados de
cartilagem de joelho e de condrócitos derivados do septo nasal humano. O
objetivo é contribuir para o desenvolvimento de uma nova abordagem terapêutica,
que tem como proposta o transplante autólogo de condrócitos (em que se
utiliza o tecido de um mesmo indivíduo), um tratamento de menor custo operacional para o
sistema de saúde, menor risco para o paciente e com uma maior possibilidade de
cura de doenças degenerativas articulares.
“O crescente envelhecimento da população humana é
acompanhado pelo aumento da incidência de doenças degenerativas e
incapacitantes. Lesões graves articulares, sobretudo no joelho e quadril,
atingem inúmeros pacientes, que diante do fracasso de tratamentos conservadores
evoluem para intervenção cirúrgica”, acrescenta Esther.
Atualmente, no Brasil, células humanas e seus
derivados só podem ser disponibilizados para pesquisa clínica ou terapia
mediante a comprovação de aprovação da pesquisa clínica pelo sistema CEP/Conep
- Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - ou
comprovação de que o procedimento terapêutico é autorizado pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM) ou Conselho Federal de Odontologia (CFO).
No Centro de Medicina Regenerativa da FMP/Fase
(CMR-FMP/Fase), coordenado pelo professor RadovanBorojevic, estão sendo estruturados
Centros de Tecnologia Celular (CTC) que permitirão a manipulação de células
para aplicação clínica, com o apoio da instituição e da Faperj. O CMR de
Petrópolis também contará com um laboratório para estudos pré-clínicos. Nesse
laboratório, estudantes de graduação e pós-graduação poderão receber
treinamento para a manipulação de células e desenvolver projetos de pesquisa,
sob a orientação dos professores do CMR da FMP/Fase.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis