Formado em Enfermagem pela Faculdade
Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) desde 2005, Diego Vieira de Mattos trabalha,
hoje, como enfermeiro obstetra e vê um bom futuro para a especialização que
escolheu. Apesar de ainda pouco conhecida, a profissão ganha cada vez mais
apoio do Ministério da Saúde, interessado em melhorar a assistência das
mulheres no pré-natal e baixar o alto número de cesarianas no país.
Foi em Petrópolis que ele acompanhou o
primeiro parto, no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. Em Goiânia, teve
contato com a nova linha de atuação de partos em casa. Ele se especializou em
Infectologia e há dez anos acompanha as gestantes nos partos normais.
Diego acredita que, com o apoio
governamental e graças à internet, a Enfermagem Obstétrica ganhará novos
seguidores. A clientela de mães que optam pelo parto normal cresce nas grandes
capitais. O problema, segundo ele, é o preconceito que ainda cerca a função dos
que vão fazer o parto em casa.
“Perpassa o profissional e chega até o
pessoal. Hoje, nós que trabalhamos com o parto familiar assistido somos mais
acolhidos pelos pais. Muitos médicos acham que o parto tem que ser no hospital,
com alta tecnologia. E alguns colegas da Enfermagem também têm uma visão
cesarista. O Brasil é muito medicalizado de forma geral. Quem oferece
segurança não é a alta tecnologia, mas o profissional que está ali à frente dos
trabalhos. Muitos colegas perguntam: ‘vai ter ambulância com UTI na porta?’. Aí
explicamos que trabalhamos com gestação sem risco”, frisa Diego.
De acordo com ele, os casais que
escolhem o parto normal estão mais bem informados, vão para a internet,
participam de grupos de discussão e sabem das críticas recebidas pelos
profissionais.
“O importante é colaborar com a
diminuição das cesáreas. A quantidade no Brasil é absurda. Em países
desenvolvidos, como no Reino Unido, as taxas são pequenas e há muitos partos
normais em casa, sempre acompanhados por enfermeiros obstetras”, acrescenta.
O ex-aluno da FMP/Fase diz que, no
mercado com poucos profissionais, a valorização do enfermeiro obstetra é
crescente. “Ainda são poucos os que atuam na área. Em Goiás inteiro sou o único
que atende em casa. Em levantamento que faço para tese de doutorado sobre as
relações e os cuidados com o parto domiciliar, listei 210 profissionais que
atuam assim no país. É um estudo comparativo sobre os cuidados das equipes de
hoje e as parteiras tradicionais”, conta Diego.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis