Ao longo dos anos, nossos
corpos sofrem transformações. Especialistas explicam que, com o passar do
tempo, muitos idosos tendem a apresentar maior esquecimento e gradativo aumento
da dificuldade em memorizar novas ideias e informações. Em geral, as
recordações do passado permanecem vivas e contam com uma série de detalhes, mas
a memória falha quando o assunto são os acontecimentos recentes.
Ao vivenciar uma situação similar na própria família, quando a avó foi diagnosticada com demência de corpos de Lewy, Karinne Portella, aluna de Enfermagem da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), decidiu se dedicar ao estudo sobre memorização para pessoas da terceira idade.
Ao vivenciar uma situação similar na própria família, quando a avó foi diagnosticada com demência de corpos de Lewy, Karinne Portella, aluna de Enfermagem da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), decidiu se dedicar ao estudo sobre memorização para pessoas da terceira idade.
“Diante dessa situação,
senti a necessidade de conhecimentos sobre essa realidade, pois o que estava em
questão não era a doença em si, mas a qualidade de vida que poderia oferecer aos
idosos, uma vez que a demência é uma doença mental caracterizada por prejuízo
cognitivo, resultando em perdas de memória”, explica Karinne Portella.
Como projeto de Trabalho de
Conclusão de Curso, a estudante criou um jogo de 60 cartas, divididas em cinco
categorias: “quem sou eu?”, “responda!”, “pense rápido!”, “quem sabe, sabe!”
e “que ponto turístico é esse?”. A aplicação do jogo no grupo da terceira
idade da Unidade de Saúde da Família do Boa Vista, que é gerida pela FMP/Fase, apresentou
dados positivos.
“A aplicação do jogo superou
todas as minhas expectativas. Criei um vínculo de convivência com eles, através
das consultas, e fui investigando sobre a função cognitiva e o padrão de
relacionamento. Foram muitos os relatos de esquecer panelas no fogão,
compromissos diários, datas comemorativas, troca de nomes de parentes e até
mesmo sobre solidão por viver sem o companheiro, afastamento do convívio
social, além do sentimento de inutilidade e baixa autoestima frente à família. Após
a dinâmica, os idosos venceram alguns preconceitos sobre o processo de
envelhecimento, percebendo que esquecer é normal com o avançar da idade, mas
entendendo que se a mente e as capacidades cognitivas forem trabalhadas de
forma correta, terão um impacto positivo na questão da memória”, destaca a
estudante de Enfermagem da FMP/Fase.
Karinne frisa que os
cuidados com a terceira idade vão muito além de exames de rotina, verificação
da pressão arterial e da glicemia. “Para cuidar da terceira idade é preciso ter
um olhar que enxerga potencial, acreditando que todos são capazes de ser e de
fazer algo, apesar de suas limitações e peculiaridades. Após aplicar o jogo
percebi que, mesmo diante de algumas dificuldades apresentadas, o grupo estava
unido. Uns ajudando os outros e não só eles, mas a equipe da unidade de saúde
também, tornando a interação divertida e prazerosa, não vendo como sacrifício
ou sentindo-se mal por não saberem ou por terem se esquecido de algo”,
finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis