Rovena
Paranhos
Coordenadora do Curso de Psicologia
Faculdade Arthur Sá Earp Neto (Fase)
O
Brasil de hoje, não resta dúvida, é um país assolado, obscura e intensamente,
por uma crise moral, ética, política, social e econômica de dimensões sem
precedentes na história recente. Isso é fato reiterado insistentemente; todavia,
parece ainda não o ser o questionamento crítico e reflexivo acerca dos
fundamentos dessa crise que, sabe-se, não se instalou abrupta, repentina e
inocentemente.
Em
que pese serem muitos os caminhos possíveis a esse empreendimento crítico e reflexivo,
o processo educativo dos cidadãos — parece restar claro — está nos fundamentos
desses caminhos. Não dar devida e merecida atenção a ele é um equívoco.
Novamente aqui, a discussão sobre esse processo, por óbvio e por bem, é
possível, necessária e obrigatória por muitos e diferentes caminhos. Um deles,
que é o de entender a quê e a quem serve a Psicopedagogia, é uma das
possibilidades pouco, nada ou equivocadamente exploradas.
Sem
pretender superar opções possíveis abertas por essa área de conhecimento
científico — ou, antes, efetivamente pretendendo manter possíveis todas essas
opções abertas — não é nem muito inoportuno resgatar o fato de que a
Psicopedagogia se propõe a compreender o ser humano como aprendiz que é. E,
nesse sentido, contribuir — sobretudo de maneira preventiva — para que o
processo educativo desse aprendiz, em qualquer etapa e situação de vida, se dê
de maneira a permitir-lhe o desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo e
emancipado.
Limitar
as possibilidades da Psicopedagogia ao ambiente escolar é fazer a clara opção
pelo reducionismo absoluto de suas possibilidades, na medida em que essa opção
encerra o entendimento de que o processo educativo do ser humano se esgota e se
conclui nesse ambiente. Ao contrário — e ainda que isso não seja percebido por
muitos — esse processo educativo acontece a todo tempo, por todo o tempo e em
todos os âmbitos da nossa vida.
Nesse
sentido, e a partir dessa concepção mais abrangente e complexa das
possibilidades da Psicopedagogia, é já necessária — senão obrigatória — a hora
de se reconhecer que ela se aplica a todas as situações educativas, em quaisquer
ambientes e dimensões e a qualquer tempo da vida; sempre cumprindo o propósito
de garantir a educação de crianças capazes, adultos críticos e idosos
socialmente incluídos. Se corretamente compreendida e efetivamente apropriada
serve à formação de cidadãos emancipados e capazes de construir uma sociedade
de fato justa e solidária.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis