sexta-feira, 10 de julho de 2009

O que saiu na imprensa

Diário de Petrópolis
Sexta-feira, 10 de junho de 2009.



6a Conferência Internacional sobre Infecção pelo HIV em Mulheres e Crianças é aberta em Petrópolis

A Faculdade de Medicina de Petrópolis/FASE promoveu ontem a abertura da 6a Conferência Internacional sobre Infecção pelo HIV em Mulheres e Crianças. O objetivo do evento, que se encerra nesta sexta-feira, é discutir as novas técnicas no tratamento e prevenção da transmissão vertical, isto é, da mãe para o filho, do HIV. A conferência conta com a participação de profissionais renomados do Brasil, Inglaterra e Irlanda.

A conferência foi aberta com uma palestra do médico Eduardo Barbosa, do Programa DST Aids do Ministério da Saúde. Ele falou sobre os rumos da epidemia do HIV no Brasil e seu controle. De acordo com Eduardo Barbosa, há hoje cerca de 630 mil casos estimados de HIV no país, sendo que pelo menos 255 mil pessoas vivem com o vírus sem saber que são portadoras. "São pessoas que nunca foram testadas e que não sabem que são soropositivas", explicou.

Hoje, o principal foco da infecção no Brasil está nos heterossexuais na faixa de 25 a 49 anos de idade, apesar de estar sendo registrado um crescimento no número de casos em pessoas acima dos 49 anos. "Trata-se de uma população que foi criada sob outros princípios e que encontra dificuldades no uso de preservativos", completou Eduardo Barbosa.

Outra mudança nos rumos da infecção no país é a redução no número de infectados entre os usuários de drogas. "Este fato se deve, por exemplo, pela redução do uso de drogas injetáveis e aumento no número de usuários de crack, por exemplo. Estas são as diversas particularidades da epidemia pelo HIV no Brasil", explicou o médico.

Um dos principais desafios no país hoje é a redução nos índices da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação). Hoje a taxa média deste tipo de transmissão é de 6 a 7%. A meta do Ministério da Saúde é reduzir este índice até 2%. "Reduzir a infecção vertical é um grande desafio. Uma grande parcela das mulheres não tem acesso ao teste HIV durante e pré-natal", afirmou Eduardo Barbosa.

Segundo o especialista, hoje há uma tendência à estabilização da epidemia no Brasil, no entanto, vem sendo registrado um crescimento nos números de casos também entre os homossexuais jovens, entre 15 e 29 anos de idade. "Ainda não se sabe o motivo do crescimento de casos nesta faixa dos jovens homossexuais", disse.

Hoje o Brasil conta com oito drogas antirretrovirais de fabricação própria. Todo o tratamento é custeado pelo governo. O Ministério da Saúde conta com uma verba anual de R$ 1 bilhão para a aquisição de antirretrovirais. O tratamento é garantido por lei. O surgimento de novas drogas vem aumentando a sobrevida dos soropositivos no país. Hoje, 95% dos portadores identificados estão em tratamento e a sobrevida aumentou para cerca de 108 meses. O fato está relacionado ao diagnóstico precoce do vírus. "As pessoas querem fazer o teste hoje. Temos feito muitas campanhas com testes rápidos e a adesão vem sendo grande. Nosso objetivo é que o teste rápido seja um canal para que as pessoas busquem os testes convencionais", concluiu Eduardo Barbosa.

Hoje, a 6a Conferência Internacional sobre infecção pelo HIV em mulheres e crianças contará com a presença de profissionais da área médica internacional como o infectologista John S Lambert, a enfermeira Margaret Clapson, da University College of Dublin (Irlanda), Graham Taylor, do Imperial College (Inglaterra).

A Conferência está sendo realizada pela segunda vez em Petrópolis. O evento é promovido pela prefeitura, pelo Programa Municipal DST/AIDS e Projeto Sorriso, além do Governo Federal. A Faculdade de Medicina de Petrópolis/FASE sedia a conferência, fornecendo a estrutura necessária para a realização do evento. As outras edições do evento aconteceram no Rio de Janeiro e em Santos