Com o índice cada vez mais crescente no número de apreensões
de drogas em Petrópolis, profissionais da área de saúde alertam a população
para uma questão extremamente relevante sobre os perigos que se escondem no uso
de substâncias químicas. 26 de junho é o Dia Mundial de Combate às Drogas e uma
data oportuna para a reflexão.
Uma das drogas mais nocivas ao organismo é o crack. Para a
psicóloga e psicanalista Virgínia Ferreira, professora da Faculdade Arthur Sá
Earp Neto (FMP/Fase), estudiosa dos efeitos do crack, os danos físicos nos
usuários são graves, porém não são os únicos que devem ser levados em conta.
“Os males físicos são múltiplos, como doenças pulmonares,
cardíacas, desnutrição, problemas digestivos, dentre outros. Porém, além dos
efeitos físicos, há também, e tão graves quanto, os efeitos neurológicos e
psicológicos, como prejuízos cognitivos, e a repercussão na esfera familiar e
social, com relações deterioradas”, ressalta a psicóloga.
Segundo Virgínia Ferreira, a droga é extremamente perigosa,
pois vicia rapidamente e de forma brutal. Ela lembra que o crack não vicia no
primeiro consumo, mas muito mais rápido do que as demais drogas. “Isso ocorre
porque a absorção é total e de forma rápida, seguida de uma imensa sensação de
prazer. Quando o efeito passa, porém, a sensação de desprazer também é grande,
e o usuário acaba usando novamente a droga para obter a sensação de prazer
novamente”, afirma.
Uma das mensagens do Dia Mundial de Combate às Drogas é
alertar as pessoas para que não iniciem o uso de substâncias químicas. Segundo a
professora, uma postura preventiva é muito mais adequada e saudável do que uma
tentativa de cura: “A primeira postura que se precisa ter diante de um
dependente é entender que ele é doente e que precisa de ajuda imediata. A
grande maioria dos dependentes que se submete ao tratamento tem recaída e
retorna às drogas”, explica.
A respeito da
internação compulsória de usuários, a professora emite opinião positiva. “Sou
inteiramente a favor da internação involuntária por vários motivos, tais como:
a falta da capacidade de decisão do usuário, por estar com a função cognitiva
alterada, e também pelas causas secundárias da morte dos usuários, como a
violência nas ruas, as condições desumanas que passam a viver, e as DSTs que
contraem ao se prostituir para conseguir dinheiro para comprar drogas”,
finaliza.