sexta-feira, 30 de junho de 2017

Vacinas: infectologista explica importância de BCG contra tuberculose


No dia 1º de julho é celebrado o Dia da Vacina BCG, criada em 1921. BCG, ou Bacilo Calmette-Guérin (bacilos vivos e atenuados), é a vacina de dose única que protege contra o agente causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch).  Mas, ao contrário do que se acredita, a BCG não protege contra todas as formas de tuberculose. “A vacina se restringe às tuberculoses mais graves, como a miliar e a meningite tuberculosa, sendo pouco eficaz contra a forma pulmonar, que é a mais comum”, explica o médico Paulo Cesar Guimarães, membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).

A vacina BCG é um importante item do calendário de vacinação infantil, e pode ser aplicada nos postos de saúde pública. Os pré-requisitos para se determinar quem pode recebê-la são poucos. “Via de regra todos os recém-nascidos devem receber a vacina. As exceções são as crianças abaixo de 2 kg, ou que apresentem imunodeficiência congênita ou adquirida, ou com afecções dermatológicas extensas na área da aplicação da vacina, ou em uso de dose elevada de corticosteroides”, diz o pediatra e infectologista.

Mesmo sendo uma vacina aplicada mundialmente, os relatos de efeitos adversos são muitos raros, incluindo a alergia à vacina. “A situação mais vista nesses poucos casos é uma adenomegalia (íngua) na axila direita, acompanhada ou não de febre, e esses casos merecem um parecer médico. A formação de uma pústula (bolinha de pus vermelha) crescente no local é considerada normal, não havendo motivo para alarde, já que ela irá regredir e dar lugar à rotineira cicatriz”, completa Paulo Cesar Guimarães. 

A vacina, que por convenção é ministrada no braço direito do bebê, forma uma pequena cicatriz, que serve como garantia da eficácia da proteção. Se a lesão provocada pela aplicação da vacina não acontecer até seis meses após a vacinação, o paciente deve ser revacinado.    

“Mesmo sendo uma das mais conhecidas, deve-se sempre lembrar que a BCG não é a única vacina que a criança deve receber. São necessárias todas que estão no Programa Nacional de Imunizações e, se possível (algumas são pagas), as que se encontram no Calendário Vacinal da Sociedade Brasileira de Pediatria ou da Sociedade Brasileira de Imunizações”, ressalta o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.

O alerta que vem antes da automutilação


Virgínia Ferreira
Psicanalista e coordenadora da Pós-graduação em Psicologia Clínica com Ênfase nas Perspectivas Breves da FMP/Fase

Não é fácil discutir sobre alguns temas, e um deles é automutilação. Definir o problema não é difícil: é qualquer comportamento intencional, consciente ou inconsciente, envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. Entretanto, saber definir não é o suficiente, é o passo inicial. Precisamos buscar e discutir algumas questões: 1 – Quais são as causas da automutilação? 2 – Será que existe apenas uma ou um conjunto de causas? 3 – Será que o que leva um sujeito a se automutilar é o mesmo que leva o outro a fazer isso?

São muitas as perguntas e precárias as respostas. Os atos de automutilação, via de regra, têm como intenção o alívio de dores emocionais e, em grande parte dos casos, estão de alguma maneira associados ao Transtorno de Personalidade Borderline. A automutilação também pode ter como causa o alívio do sentimento de culpa, derivado da noção de pecado e purificação, oriundo das crenças religiosas. Ela pode vir de uma dinâmica familiar desequilibrada, na qual a criança ou o adolescente não se sente protegido e seguro, não conseguindo aprender nesse núcleo primário, a entender, a viver e a expressar seus sentimentos.

A automutilação pode estar associada aos valores culturais (consumismo, imediatismo e individualismo), que levam as pessoas a se distanciarem de si mesmas e das demais, a consumir e a querer tudo para ontem. As pessoas se relacionam com as outras e com o mundo através da tecnologia. Elas se sentem acompanhadas por simplesmente estarem com seus celulares. O “tête-à-tête” se tornou “démodé”. As relações são mediadas pela tecnologia e cada um está encerrado na própria tribo.

Tudo isso leva as pessoas a atitudes e comportamentos não reflexivos, a se movimentar na direção que a moda dita. Distantes de si mesmas e sem saber para onde estão indo, se movimentando como que num estado de hipnose, no qual seguem apenas os comandos de outra pessoa, assim vão. Porém, como todo aquele que é hipnotizado o é apenas por alguns minutos ou horas e depois acorda, essas pessoas também, num dado momento, serão despertadas pela realidade, sem saber quem são, o que querem, para onde estão indo e o que construíram durante esse tempo.

Nesse despertar súbito, a realidade não é gentil, a pessoa se sente perdida, insegura e indigna ou desconhecedora de como buscar o bem-estar e contentamento. Aí o que resta é a automutilação. Ela também pode se apresentar como uma forma de chamar a atenção, um pedido de socorro ou de visibilidade. É um sintoma psíquico que pode se manifestar por diferentes causas e momentos. Tudo o que diz respeito ao aparato psíquico (a mente) ainda se encontra obscuro e é preciso receber luz. A mente humana é uma esfinge. Ou a deciframos ou somos engolidos por ela.

Isso não quer dizer que inexistam teorias e práticas científicas que possam ajudar as pessoas a sair do sofrimento psíquico que, no caso da automutilação, se manifesta no corpo – em atos contra a integridade física e que provocam dor. É nítido que essa dor é mais suportável que a psíquica e, ainda que, ao deslocar a dor psíquica para o corpo, traz certo alívio. Sempre que alguém apresentar comportamento diferente do habitual, que implique em afastamento do social, imerso em tristeza “infundada”, com descaso ou desinteresse por atividades que davam prazer, e se machucar com frequência, deve procurar ajuda. É importante recorrer a um psicólogo, a um psicanalista ou a um psiquiatra, a fim de entender e tratar o que está acontecendo e não tentar se esconder atrás de cansaço, tensão e estresse, entre outras justificativas.

Todo sintoma psíquico, via de regra, aparece de forma singela e evolui lentamente, porém, de forma progressiva. Desta forma, por um lado, se tem o sintoma psíquico evoluindo devagar e sempre e, por outro lado, a pessoa tentando escondê-lo e justificá-lo fora da esfera mental. Quando se dá conta, ou não pode mais tentar se esconder atrás de justificativas, o sintoma já se expandiu o suficiente para obturar o campo existencial e roubar aquilo que o sujeito tem de precioso: se sentir bem dentro da própria pele.

Quando nos sentimos desconfortáveis com um sapato, paramos e o substituímos, ou colocamos esparadrapo, damos um jeito, mas quando nos sentimos desconfortáveis dentro de nossa própria pele, por que custamos tanto a procurar ajuda? Se nós podemos nos livrar de um par de sapatos que nos causa desconforto, não podemos nos livrar de nós mesmos quando não estamos bem. A única saída é enfrentar a dificuldade, buscando ajuda profissional, e enfrentar a nós mesmos diante do outro. Ao responder a pergunta socrática “conhece-te a ti mesmo?”, a resposta logo aparece: “não.” Esse é o ponto de partida. Se não me conheço, chegou o momento de ser apresentado a nós mesmos.

 

FMP/Fase abre nova turma do Curso Master em Ortodontia


A Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) está com inscrições abertas para a segunda turma do Curso Master em Ortodontia, em parceria com a Associação Brasileira de Odontologia (ABO). As aulas acontecerão uma vez por mês, às quintas-feiras, das 8h às 12h (aulas teóricas) e das 14h às 18h (aulas práticas laboratoriais), na FMP/Fase, de julho de 2017 a junho de 2018.

“O curso tem como objetivo fornecer ao especialista em Ortodontia as ferramentas necessárias para o aprimoramento contínuo, com enfoque na validade dos meios diagnósticos e no estabelecimento de protocolos terapêuticos baseados em evidências ou decorrentes de processos de inovação”, explica o professor Ricardo Tesch, responsável pelo curso ao lado de Rafael Leite Oliveira.

Ricardo Tesch é graduado em Odontologia, especialista em Ortodontia e mestre em Medicina (Ciências da Saúde, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial), doutorando em Clínica Médica, professor da ABO, seções Petrópolis e Duque de Caxias, em cursos de atualização e especialização, além de coordenar o curso de pós-graduação em DTM e Dor Orofacial da FMP/Fase. Já Rafael Leite Oliveira é graduado em Odontologia, especialista em Ortodontia, presidente da ABO Regional Petrópolis e professor do curso de Especialização em Ortodontia da FMP/Fase.

Com 96 horas de carga horária, o Curso Master em Ortodontia vai detalhar as ferramentas para o Diagnóstico Ortodôntico 3D; Critérios para Diagnóstico Ortodôntico; Planejamento da Mecânica Ortodôntica; Análise Estética do Sorriso; Protocolos Terapêuticos Ortopédicos Transversais Maxila, Mandíbula, Sagitais Padrão III, Sagitais Padrão II e Verticais; Seleção de Prescrição de Braquetes; Seleção da Sequência de Fios Ortodônticos; Ortodontia e ATM.

As inscrições podem ser feitas através do site www.fmpfase.edu.br. A faculdade fica na Av. Barão do Rio Branco, 1003, no Centro de Petrópolis.