Quem
passou pela estátua de Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana,
ontem, ganhou livros de presente. O poeta completaria 111
anos nesta quinta-feira e a intervenção cultural foi promovida pelo projeto de
incentivo à leitura Livro Solto, que começou na Faculdade de Medicina de
Petrópolis/Fase ano passado e, agora, homenageia o escritor mineiro no Rio.
Os livros
colocados no calçadão da praia chamaram a atenção de quem passava à tarde pelo
Posto Seis. Quem parava para fotos ao lado da estátua ganhava o convite à
leitura. A paulista Andrea Zambatini, de Campinas, levou “O menino sem imaginação”, de
Carlos Eduardo Novaes, para a filha Giovana, de 8 anos. O chileno Rodrigo
Rojas levou um Vargas Llosa em português, “para aprender a língua”. Gustavo
Gamboa, administrador de empresas na Costa Rica, ficou curioso em conhecer
Petrópolis, ao ver publicações do Museu Imperial. A lusitana Sonia Costa, com
um grupo de três amigas que trocou Portugal por São Paulo, também aprovou o
projeto.
Até quem
passa pela estátua de Drummond várias vezes ao dia aproveitou para ver o motivo
da festa. Janaína Oliveira vende sombrinhas na praia há dez anos e ficou feliz
ao ganhar as crônicas “De notícias e não notícias” do autor mineiro. Vendedor
de chapéus, Evando Souza gosta de comédias e ficou satisfeito em achar entre os
livros soltos uma obra de Jô Soares. Caracterizado de Carlitos, o artista
Roberson Martins, ou Robinho da Madeira, parou para poses com o conterrâneo e
“colega” Drummond: “Também faço poesia e divulgo na internet.”
Segundo o coordenador de Projetos e Extensão da
FMP/Fase, Ricardo Tammela, a ideia de festejar Drummond com a doação de livros
surgiu quando um exemplar de "Cadeira de Balanço", de 1966,
autografado pelo autor para Guimarães Rosa, chegou à coordenação do projeto, em
Petrópolis. O livro de crônicas foi oferecido ao colega conterrâneo como
“simples pretexto para um abraço”, de acordo com a dedicatória da época.