quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Alimentação saudável previne doenças durante o inverno


O inverno este ano está rigoroso com os petropolitanos. As baixas temperaturas estimulam aquela vontade de ficar em casa debaixo das cobertas e comer todas as delícias que esta estação sugere. Os mais diversos tipos de chocolates quentes, fondues, sopas, massas e uma infinidade de outras delícias que só de pensar já dá água na boca.

O que muitas pessoas não sabem é que, durante esse período de frio, ficamos mais propensos a infecções, principalmente as respiratórias. Para evitar que o organismo fique debilitado durante o inverno é importante manter uma alimentação rica em alimentos que contenham vitamina C (laranja, limão, melão, abacaxi, tangerina e morango), pois eles fortalecem o sistema imunológico, protegendo o corpo de gripes e resfriados indesejados.

“No inverno é necessário que a pessoa tenha uma alimentação balanceada, para que o organismo funcione bem. Para agir de maneira preventiva, auxiliando o corpo a evitar estas infecções comuns no inverno, sugiro como aliada, além de uma alimentação balanceada, com alimentos ricos em vitaminas, o consumo do chá de gengibre e mel”, ressalta a nutricionista, Janaína Carius.

A nutricionista explica que as baixas temperaturas auxiliam no aumento do apetite e as pessoas tendem a comer alimentos mais calóricos, pois no frio nosso organismo gasta mais calorias para manter a temperatura do corpo, então, a fome aumenta.

“É muito comum as pessoas comerem mais no inverno. Sempre tive hábitos saudáveis, mesmo antes de ingressar no curso de nutrição da Fase. Ano que vem, completarei 10 anos de formada e percebo o quanto o tema evoluiu na sociedade. É importante as pessoas se cuidarem, pois a boa alimentação é essencial para manter o corpo saudável”, frisa a nutricionista.

Ingerir líquidos e não descuidar do consumo de verduras e legumes durante esse período são medidas essenciais para passar o inverno saudável. Uma dica é o consumo de sopas ou caldos ao longo da estação.  Além de manterem o corpo aquecido, são pouco calóricas e ricas em vitaminas e minerais, que reforçam as defesas do organismo.







Rede Cegonha: perspectivas para uma melhor assistência materno-infantil

A Rede Cegonha visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto). A iniciativa do Ministério da Saúde do Brasil, lançada em 2011, também busca para as crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Ao propor organizar uma Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil que garanta acesso, acolhimento e resolutividade, o impacto final que se espera das ações é a redução da mortalidade e morbidade materna e infantil.

Através do pacto estabelecido no ano 2000 com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil traçou como Objetivos do Milênio para o ano 2015 uma diminuição nesses coeficientes de mortalidade. Muito elevados à época e bastante distantes daqueles valores considerados aceitáveis pela OMS, convivíamos então com quase 30 mortes de crianças no primeiro ano de vida para cada grupo de mil nascidas vivas. Já a mortalidade materna estava acima de 80/100 mil nascidos vivos, ou seja, em cada grupo de 100 mil mulheres que tinham filhos vivos, 80 morriam de complicações relacionadas à gestação, parto e puerpério, seja de forma direta ou indireta. A meta a ser alcançada era reduzir este número para 35/100 mil nascidos vivos.

No que tange à redução da mortalidade infantil, a meta foi atingida, e os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Brasil sinalizam para uma taxa de 16 mortes infantis/mil nascidos vivos. Este coeficiente ainda é diferente dos obtidos em países do primeiro mundo (abaixo de dez mortes/mil nascidos vivos), mas representa um avanço quando comparado aos números de 15 anos atrás.
Outra pesquisa ("Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento" - Fiocruz/Ministério da Saúde, divulgada em junho de 2014) mostra números ainda mais preocupantes no que diz respeito à assistência materna. Embora a cobertura de pré-natal já atinja 70% das nossas gestantes, mais da metade delas inicia o acompanhamento tardiamente, após a 12a semana de gestação e um quarto delas não recebe o número mínimo de consultas preconizado pela OMS (seis consultas).

A morbi-mortalidade nessa população está aumentada e isto pode ser também justificado pelo fato de 52% dessas mulheres terem a cesariana como via de parto, enquanto o recomendado pela OMS seria uma porcentagem de até 15%. Também é grande o número de mulheres que desejariam o parto normal e não têm a expectativa concretizada.

As condições inadequadas de parto, aliadas a uma assistência pré-natal incompleta e uma evolução insatisfatória no pós-parto, contribuem para que ainda convivamos com taxas muito elevadas de mortalidade materna e dificultam sobremaneira a redução deste coeficiente como pactuado nos Objetivos do Milênio.

Ao propor uma rede integrada de acesso e aparelhamento do pré-natal, que garanta atendimento das gestantes desde o início da gravidez, com realização dos exames de rotina, número adequado de consultas e um encaminhamento para uma unidade de alto risco se isto se fizer necessário, o componente pré-natal da Rede Cegonha tenta garantir uma evolução favorável até o parto.
Ter uma maternidade referenciada, que atenda bem, pode minimizar os riscos de um desfecho ruim da gestação. O atendimento à puérpera, com consultas de revisão do parto e o planejamento familiar, com oferta de métodos contraceptivos, permitirão uma livre escolha de como e quando uma nova gravidez será planejada.

A Rede Cegonha ainda trabalha com o componente da logística, que visa não somente oferecer uma rede hospitalar articulada, dando a garantia de vaga (Vaga Sempre) para a mulher que precisa do suporte hospitalar para ter o seu bebê, assim como pode facilitar o acesso até esta maternidade.

Por fim, após o nascimento da criança, ela deverá ser acompanhada em visitas domiciliares e ambulatórios nos seus dois primeiros anos de vida, fase de maiores riscos, afim de garantir o melhor para o seu crescimento e desenvolvimento.

O que se pretende com a adoção destas boas práticas é ter mães e crianças saudáveis, com coeficientes de morbidade e mortalidade reduzidos, comparáveis aos de países onde a assistência às gestantes e aos filhos é considerada segura e eficaz.

Vander Guimarães é médico,

Professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.