quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Depressão: doença aumenta o índice de suicídio

Escolhido como o mês para promoção da campanha de conscientização e prevenção ao suicídio, setembro se reveste de amarelo para chamar a atenção das pessoas sobre o grave problema de saúde pública. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que a cada 100 pessoas com depressão, 15 decidem pôr fim à própria vida.

Iniciado no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria, o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014. A coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), Rovena Paranhos, explica que a depressão é um transtorno grave, mas quando corretamente diagnosticado e tratado pode permitir ao sujeito a retomada de sua vida de forma mais equilibrada. É necessário que a pessoa seja avaliada por um especialista que irá identificar os sintomas e entender a seriedade da situação. 

“Nesse caso, considerando a necessidade de diagnóstico médico para esse transtorno específico, a terapia psicológica funciona como tratamento auxiliar de apoio, na medida em que esse é um transtorno que demanda, antes de qualquer coisa, tratamento médico especializado e, na sua forma moderada e grave, com terapia medicamentosa específica” destaca.

Segundo o levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 121 milhões de pessoas sofrem com essa enfermidade. São várias as causas da doença e seu aparecimento está atrelado a fortes impactos vividos, dentre eles, luto, doenças, etc.

“De fato, em especial, na sua forma mais grave, o transtorno depressivo comporta o risco potencial de suicídio. Ante a identificação de quaisquer sintomas que caracterizam esse transtorno, de acordo com o DSM-5, presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo, deve-se procurar ajuda médica especializada” ressalta a coordenadora do curso de Psicologia da Fase.

A especialista frisa que a depressão é um transtorno que merece esforços consideráveis da saúde pública para seu manejo, em especial porque em muitos países menos de 10% das pessoas diagnosticadas têm acesso aos tratamentos disponíveis. Em geral, a melhor maneira de cuidar da saúde física e psíquica é estar atento às situações que ocorrem no dia a dia. 

“Acredito que o autoconhecimento e o cuidado constante e permanente de si, nomeadamente o cuidado com a saúde em geral, sejam os melhores caminhos para uma vida equilibrada e saudável em todos os âmbitos e dimensões” finaliza Rovena Paranhos.







Enfermagem Obstétrica cresce com mais partos normais

Formado em Enfermagem pela Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) desde 2005, Diego Vieira de Mattos trabalha, hoje, como enfermeiro obstetra e vê um bom futuro para a especialização que escolheu. Apesar de ainda pouco conhecida, a profissão ganha cada vez mais apoio do Ministério da Saúde, interessado em melhorar a assistência das mulheres no pré-natal e baixar o alto número de cesarianas no país.

Foi em Petrópolis que ele acompanhou o primeiro parto, no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. Em Goiânia, teve contato com a nova linha de atuação de partos em casa. Ele se especializou em Infectologia e há dez anos acompanha as gestantes nos partos normais.

Diego acredita que, com o apoio governamental e graças à internet, a Enfermagem Obstétrica ganhará novos seguidores. A clientela de mães que optam pelo parto normal cresce nas grandes capitais. O problema, segundo ele, é o preconceito que ainda cerca a função dos que vão fazer o parto em casa.

“Perpassa o profissional e chega até o pessoal. Hoje, nós que trabalhamos com o parto familiar assistido somos mais acolhidos pelos pais. Muitos médicos acham que o parto tem que ser no hospital, com alta tecnologia. E alguns colegas da Enfermagem também têm uma visão cesarista. O Brasil é muito medicalizado de forma geral. Quem oferece segurança não é a alta tecnologia, mas o profissional que está ali à frente dos trabalhos. Muitos colegas perguntam: ‘vai ter ambulância com UTI na porta?’. Aí explicamos que trabalhamos com gestação sem risco”, frisa Diego.

De acordo com ele, os casais que escolhem o parto normal estão mais bem informados, vão para a internet, participam de grupos de discussão e sabem das críticas recebidas pelos profissionais.

“O importante é colaborar com a diminuição das cesáreas. A quantidade no Brasil é absurda. Em países desenvolvidos, como no Reino Unido, as taxas são pequenas e há muitos partos normais em casa, sempre acompanhados por enfermeiros obstetras”, acrescenta.

O ex-aluno da FMP/Fase diz que, no mercado com poucos profissionais, a valorização do enfermeiro obstetra é crescente. “Ainda são poucos os que atuam na área. Em Goiás inteiro sou o único que atende em casa. Em levantamento que faço para tese de doutorado sobre as relações e os cuidados com o parto domiciliar, listei 210 profissionais que atuam assim no país. É um estudo comparativo sobre os cuidados das equipes de hoje e as parteiras tradicionais”, conta Diego.