Projeto de Extensão Universitária utiliza técnica odontológica
reconhecida pela Organização Mundial da Saúde
A Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase)
recepcionou, na última quarta-feira (19), duas alunas do Centro de Odontologia
da Universidade de Amsterdã, na Holanda, para atuarem no projeto de Extensão da
instituição desenvolvido na Escola Municipal Battailard, no bairro Mosela. As
estudantes ficarão por três meses na cidade para aprender novas técnicas que
não são aplicadas em seu país de origem.
Através do projeto, intitulado “Tratamento
Restaurador Atraumático”, o curso de Odontologia da FMP/Fase presta
atendimentos odontológicos de forma gratuita na escola, com procedimentos de
obturações, restaurações, extrações, além das ações preventivas e educacionais.
O trabalho é realizado através de uma técnica de mesmo nome do projeto,
desenvolvida no início dos anos 80, e reconhecida pela Organização Mundial da
Saúde. O método consiste no atendimento manual, sem a ajuda de equipamentos
sofisticados e sem a estrutura de um consultório tradicional, com a finalidade
de poder atender a pacientes em diversas condições, levando, assim, tratamento
odontológico para toda a população. O TRA não é uma técnica exclusiva para
crianças, podendo ser aplicada também em jovens e adultos.
“As pessoas tendem a achar que por não
dispormos de um arsenal tecnológico, o tratamento não seria bom assim, mas é
uma estratégia que tem um impacto positivo na condição de saúde bucal, no
controle de cáries e que resolve muitos problemas com pouca estrutura. É um
método que pode ser feito em domicílio, em escolas, em ambientes onde se atende
um número maior de pessoas ao mesmo tempo. Esses procedimentos atraumáticos,
quase todos sem anestesia, deixam as crianças menos ansiosas, aumentando a
adesão. Além disso, o atendimento na escola facilita a vida dos pais, que
muitas vezes não têm como faltar ao trabalho para levar os filhos até um
consultório”, explica Vera Soviero, coordenadora do curso de Odontologia da
FMP/Fase e supervisora do projeto.

Um cenário diferente do que as alunas intercambistas,
Jeltje Visser e Maxime Grootings, estão acostumadas. “Na Holanda, nós sempre
usamos motores e todos os aparatos. Aqui, faremos tudo de forma manual, o que
vai nos ajudar a sermos melhores dentistas. Isso sem falar que lá não vemos
tantos pacientes como aqui”, pontua Jeltje. “E as crianças aqui são diferentes
do que na Holanda. Eu penso que aqui elas ficam mais felizes em ser ajudadas.
Então, eu acho que essa é a principal diferença cultural”, acrescenta Maxime.
O sucesso da iniciativa é comemorado pelo
aluno do colégio, Weverton da Silva Costa, de 11 anos. “Eu acho o tratamento
bom, porque eles tomam muito cuidado com a gente. Minha mãe falava que ia
arrancar o meu dente porque eu tinha muita cárie, mas eles tiraram, e agora que
eu vim aqui, mudou tudo”, celebra.
Um trabalho vivenciado por alunos do curso de
Odontologia da FMP/Fase há cerca de um ano e meio. A inclusão do projeto no
currículo dos estudantes permite que eles tenham uma visão ampla das
possibilidades de estratégia de saúde bucal e atuação na área, além da troca
social, cultural e profissional agora com as intercambistas. “Nós já recebemos
um feedback dos professores que os alunos têm falado sobre a saúde bucal e a
importância para os pais em casa. Então, o impacto que nós estamos trazendo
para essa comunidade é muito importante, é a maior e a melhor experiência, que
tanto nós alunos brasileiros, quanto os holandeses, podemos levar desse projeto”,
comenta Rafaela Bernardes, aluna do 3º período de Odontologia da FMP/Fase.
O próximo passo do curso de Odontologia da
FMP/Fase é criar uma maior mobilidade estudantil que permita que os alunos da
instituição vivenciem também as experiências de intercâmbio na Holanda,
ampliando assim, conhecimentos e os horizontes com técnicas e ensinamentos diferentes
do Brasil. “Nós imaginamos que na Holanda seja interessante para o nosso aluno
ter acesso a uma tecnologia mais avançada, não só aplicada a pacientes, mas
também à pesquisa. Por isso, a gente vem planejamento exatamente a
possibilidade de encaminhar o nosso aluno para lá”, finaliza Vera.
Outras fotos:
As alunas, Maxime Grootings e Jeltje Visser conheceram os laboratórios da FMP/Fase e interagiram com os estudantes de Odontologia da instituição.
Maxime Grootings à esquerda, junto com a coordenadora do curso de Odontologia da FMP/Fase, Vera Soviero, e Jeltje Visser, à direita.