segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Um mosquito que incomoda muito


Paulo Cesar Guimarães
Professor e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase). Membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do RJ.

O Aedes aegypti está de novo no centro das atenções, por conta dos crescentes casos de microcefalia em bebês no país, principalmente no Nordeste. Antes pouco divulgada, a doença é uma patologia congênita, acontece durante a gestação, e apresenta inúmeras causas e uma das hipóteses é a contaminação pelo zika vírus. Para evitá-la é importante informar a população que um dos vetores é o mesmo da dengue e da chikungunya. Medidas como o combate ao inseto, não deixando que haja a proliferação das larvas, são primordiais.
Também é fundamental o apoio da população e das autoridades sanitárias, não deixando locais, objetos e recipientes com água parada sem uma proteção adequada. Quanto mais mosquitos circulando, maior o risco de se contrair doenças.

Nesse cenário, foi acertada a decisão da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro em pedir a notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele. Durante o estado de alerta contra a doença, medidas mais radicais são necessárias.
Para evitar o pânico das futuras mães, a informação é essencial. A população tem que ser sempre informada de forma correta, para ficar sabendo que, mesmo havendo uma epidemia, nem todas as mulheres grávidas serão contaminadas com o zika vírus. E, entre as contaminadas, só um percentual dos fetos apresentará microcefalia. 
As grávidas devem procurar um serviço de Saúde para maiores informações, através de consultas e exames compatíveis com a doença (RNA PCR), além de redobrarem a atenção com a proteção contra os mosquitos. O combate ao Aedes, vale reafirmar, serve para as grávidas, a família e os vizinhos. Lembrar que o mosquito já foi erradicado no Brasil, em 1955, deve servir de inspiração e estímulo para todos nós.