segunda-feira, 31 de julho de 2017

Saúde do homem


A história de que homens não ligam para a saúde vem de longe e, para virar esse jogo, foi criado o Dia da Saúde do Homem. A data é lembrada em 15 de julho, mas precisa ficar no calendário o ano todo, na opinião dos profissionais de saúde. Uma das preocupações dos médicos em relação ao homem é a incidência do tumor maligno de próstata, o chamado adenocarcinoma prostático. Ele é o segundo tumor maligno a atingir a população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a estimativa de novos casos é de 61.200 e o número de mortes é de 13.722 por ano. 

O urologista Pedro Paulo de Sá Earp ressalta a importância da realização dos exames preventivos.  "O exame preventivo não visa evitar a doença, mas diagnosticá-la precocemente e com isto permitir a instituição de um tratamento precoce, o que leva a  evitar mortes. Nos Estados Unidos, graças a uma orientação dada provavelmente de forma parcialmente equivocada, as dosagens laboratoriais do PSA e os exames prostáticos dos homens vêm, de algum modo, sendo desincentivados. Como consequência, o diagnóstico do câncer de próstata caiu 28%.  Isto fez diminuir a detecção do câncer de próstata de alto risco (que pode vir a matar um indivíduo) em 23% dos casos.  Vamos observar o que vai resultar desta atitude nos próximos anos, mas a consequência poderá não ser boa", preocupa-se.

Professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase), Pedro Sá Earp explica o exame do toque transretal da próstata. Ele conta que o urologista pode aferir através do exame digital da próstata o seu tamanho, a sua superfície, os seus contornos, a sua mobilidade, a sua sensibilidade e  especialmente a sua consistência. "É o toque que diz se  a próstata está dura ou se possui nódulos, e esses dados podem falar sobre a existência de um câncer."

Há ainda um exame de sangue que verifica a dosagem de uma enzima produzida pela próstata e que se chama PSA. Segundo o urologista, o exame pode falhar em até 16% dos casos. "Existe também a ultrassonografia da próstata, que pode falhar em mais de 40% dos casos.  Recentemente, exames de imagem mais sofisticados, tais como a RM funcional prostática e até o PET-CT de PSMA, vieram trazer subsídios muito valiosos para o diagnóstico e o estadiamento da doença prostática. Desta forma a conjunção de todos esses exames pode diminuir o número de falhas na detecção do câncer da próstata quando bem utilizados", diz. 

O professor da FMP/Fase ressalta que o toque prostático ajuda a diagnosticar e a diferenciar a hipertrofia benigna da próstata e o câncer da próstata.  Se o paciente apresenta um histórico familiar de câncer de próstata, de mama e de cólon recomenda-se que o primeiro exame seja feito entre 40 e 45 anos. "Nos EUA inclui-se no rol das pessoas de risco também os afrodescendentes, já que a incidência de câncer de próstata é maior entre eles. Aqui, o habitual é fazer o exame após os 50", observa Pedro Sá Earp.

O especialista cita também outro exame importante para a saúde do homem: a colonoscopia, que faz a inspeção endoscópica de todo o cólon e reto. A iniciativa ajuda a diagnosticar e prevenir divertículos, pólipos (tumores benignos) e o câncer do intestino grosso. "Se nada for detectado no primeiro exame, ele deverá ser repetido a cada cinco anos. A OMS recomenda que o exame seja feito a partir dos 50 anos."

O urologista lembra que não só os mais velhos devem fazer exames preventivos: "Para o menino há indicação do exame da genitália externa para detecção de patologias tais como, fimose, hidrocele (líquido derramado intraescrotal), varicocele (varizes escrotais), criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal) etc. No jovem e no homem maduro, o autoexame do testículo poderá determinar a presença de câncer testicular. A inspeção da uretra pode detectar a presença de secreções uretrais (DST). O autoexame do pênis poderá determinar a presença de verrugas próprias do HPV, ulcerações compatíveis com herpes ou mesmo com cancro sifilítico. No homem da terceira idade recomenda-se a observação do fluxo urinário que poderá estar diminuído nos casos de hipertrofia benigna da próstata."

 

Projeto de Conclusão de Curso estimula a memória e a interação entre os idosos


Ao longo dos anos, nossos corpos sofrem transformações. Especialistas explicam que, com o passar do tempo, muitos idosos tendem a apresentar maior esquecimento e gradativo aumento da dificuldade em memorizar novas ideias e informações. Em geral, as recordações do passado permanecem vivas e contam com uma série de detalhes, mas a memória falha quando o assunto são os acontecimentos recentes.

Ao vivenciar uma situação similar na própria família, quando a avó foi diagnosticada com demência de corpos de Lewy, Karinne Portella, aluna de Enfermagem da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), decidiu se dedicar ao estudo sobre memorização para pessoas da terceira idade.

“Diante dessa situação, senti a necessidade de conhecimentos sobre essa realidade, pois o que estava em questão não era a doença em si, mas a qualidade de vida que poderia oferecer aos idosos, uma vez que a demência é uma doença mental caracterizada por prejuízo cognitivo, resultando em perdas de memória”, explica Karinne Portella.

Como projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, a estudante criou um jogo de 60 cartas, divididas em cinco categorias: “quem sou eu?”, “responda!”, “pense rápido!”, “quem sabe, sabe!” e “que ponto turístico é esse?”. A aplicação do jogo no grupo da terceira idade da Unidade de Saúde da Família do Boa Vista, que é gerida pela FMP/Fase, apresentou dados positivos.

“A aplicação do jogo superou todas as minhas expectativas. Criei um vínculo de convivência com eles, através das consultas, e fui investigando sobre a função cognitiva e o padrão de relacionamento. Foram muitos os relatos de esquecer panelas no fogão, compromissos diários, datas comemorativas, troca de nomes de parentes e até mesmo sobre solidão por viver sem o companheiro, afastamento do convívio social, além do sentimento de inutilidade e baixa autoestima frente à família. Após a dinâmica, os idosos venceram alguns preconceitos sobre o processo de envelhecimento, percebendo que esquecer é normal com o avançar da idade, mas entendendo que se a mente e as capacidades cognitivas forem trabalhadas de forma correta, terão um impacto positivo na questão da memória”, destaca a estudante de Enfermagem da FMP/Fase.

Karinne frisa que os cuidados com a terceira idade vão muito além de exames de rotina, verificação da pressão arterial e da glicemia. “Para cuidar da terceira idade é preciso ter um olhar que enxerga potencial, acreditando que todos são capazes de ser e de fazer algo, apesar de suas limitações e peculiaridades. Após aplicar o jogo percebi que, mesmo diante de algumas dificuldades apresentadas, o grupo estava unido. Uns ajudando os outros e não só eles, mas a equipe da unidade de saúde também, tornando a interação divertida e prazerosa, não vendo como sacrifício ou sentindo-se mal por não saberem ou por terem se esquecido de algo”, finaliza.

Telerradiologia amplia atuação do tecnólogo nas unidades de saúde


As constantes transformações geradas pela evolução da tecnologia alcançam cada vez mais a área da saúde, trazendo inovação e praticidade. O segmento de Radiologia não ficou para trás e apresenta um novo método de avaliação dos exames chamado de Telerradiologia, uma das especialidades da telemedicina, com o objetivo de usar as tecnologias dos meios de comunicação e da informação para realizar o diagnóstico de um exame radiológico que seja emitido a distância, sem a necessidade de um médico radiologista presente no local do exame.

“Esse é um grande avanço da especialidade, pois confere maior autonomia ao tecnólogo em Radiologia, uma vez que a supervisão do procedimento pelo médico radiologista não será mais necessária. Os exames são enviados pelos profissionais para uma rede em que os médicos radiologistas têm acesso e podem avaliar os exames que foram realizados a milhares de quilômetros de distância”, explica o médico radiologista André Kinder, coordenador do curso de Tecnólogo em Radiologia da FMP/Fase.

O médico explica que o funcionamento da Radiologia a distância é simples. O paciente é submetido a um exame radiológico comum, apenas com a diferença de que o exame será enviado a uma Central de Telerradiologia por um computador com conexão à internet. Então, radiologistas analisam o exame e elaboram um laudo com a mesma validade e confiabilidade de um emitido pelo médico presente no hospital ou na clínica em que o exame foi feito.

“O lado positivo desse avanço é proporcionar a avaliação dos exames por profissionais em um curto espaço de tempo. Na Radiologia convencional, o profissional responsável pelo laudo deve estar presente no local em que o exame foi feito”, ressalta Kinder.

Em Petrópolis, esse procedimento é utilizado no Hospital de Ensino Alcides Carneiro e em algumas unidades particulares de saúde. O tema que está em evidência na área de Radiologia será abordado durante a 23ª Semana Científica da FMP/Fase, que terá como tema “Dividir para Multiplicar”, entre os dias 24 e 27 de outubro.

“Os alunos do curso de Tecnólogo em Radiologia da Fase vão participar de mesas na Semana Científica sobre esse tema e também sobre Gestão em Radiologia. Esses são assuntos recentes, de amplo debate, que permitem maior campo de atuação do profissional, inclusive nas áreas de apoio, como na elaboração e manutenção de softwares específicos e programas dedicados”, finaliza.