quarta-feira, 29 de maio de 2019

Inteligência Emocional

Afinal, o que é inteligência? Uma habilidade específica? Uma capacidade? Um adjetivo? Uma habilidade fluida ou cristalizada? Existem, aproximadamente, 70 definições do que é inteligência na ciência psicológica, mas atualmente ela é entendida como uma capacidade global do indivíduo para agir com finalidade de pensar racionalmente e lidar efetivamente com seu meio ambiente. Esta capacidade está significativamente relacionada a uma grande variedade de atributos sociais, econômicos, educacionais, políticos, tecnológicos e da saúde, ou seja, a inteligência está positivamente relacionada com um vasto e variável conjunto de relevantes indicadores para nossa qualidade de vida.

Durante muito tempo ela foi entendida como uma capacidade única, mas há décadas os estudos já apontam a sua multiplicidade, e é nesse contexto que comumente escutamos a expressão Inteligência Emocional (IE), conceito que se originou das contribuições de Howard Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas (TIM). Nesse sentido, a IE é definida como “a capacidade de o indivíduo monitorar os sentimentos e as emoções dos outros e os seus, de discriminá-los e de utilizar essa informação para guiar o próprio pensamento e as ações”. Atuando basicamente com quatro habilidades: percepção, uso, entendimento e administração das emoções.

De maneira geral, a inteligência emocional ajuda os sujeitos a usarem a informação proveniente das emoções, no sentido de desenvolver e aprimorar os processos cognitivos que possam auxiliar no contexto profissional, pessoal, escolar e relacional como um todo, sendo um importante recurso para as exigências da adaptação inerente à vida humana. Desta forma, duas especialidades podem contribuir para o ajustamento e/ou desenvolvimento da IE. O psicopedagogo, com jogos lúdicos, brincadeiras, diálogos, criando oportunidades construtivas para crianças e adolescentes, e o psicólogo, com o desenvolvimento da Autorregulação Emocional.  Tal conceito refere-se a um processo dinâmico ligado a esforços conscientes no controle dos comportamentos, sentimentos e emoções.

Embora seja estudada há décadas, as pesquisas sobre inteligência emocional ainda não dispõem de uma estabilidade dentro da Psicologia, promovendo muitas críticas à sua existência. As principais questões dizem respeito à definição do seu próprio constructo, se pode ser considerada uma inteligência ou se ela pode estar imbricada nos traços de personalidade.


Diogo Fagundes Pereira
Professor do curso de Psicologia da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase)

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