Atualmente, um dos
procedimentos mais procurados por pacientes em consultórios odontológicos é o
clareamento dental, porém a dúvida mais recorrente é sobre a sensibilidade
gerada por ele. O clareamento dental é uma alteração química, produzida pela
aplicação de peróxido de carbamida ou hidrogênio, da cor do dente, e pode
causar sensibilidade dental, caso o cirurgião-dentista não se atentar para
alguns fatores, como: sensibilidade dental prévia do paciente, o motivo da
pigmentação dos dentes, presença de trincas no esmalte dental, cáries, recessão
gengival e de restaurações, a concentração do gel utilizado e qual técnica será
adotada.
Pacientes e dentistas podem entender
esse procedimento como simples e corriqueiro, porém muitos cuidados devem ser
adotados, pois produtos clareadores muitas vezes são comercializados livremente
e podem gerar danos à saúde bucal, como: os cremes dentais clareadores, onde
muitos apresentam-se demasiadamente abrasivos, gerando desgastes nos tecidos
dentais e dor, e géis clareadores de autoaplicação, que podem provocar
queimaduras gengivais e favorecer a deglutição do conteúdo, além da
sensibilidade.
Outro fator a ser observado são
os mitos que envolvem o clareamento, os mais comuns são: “quanto mais
concentrado o gel, melhor o resultado obtido”, o que não ocorre e tem maior
probabilidade de gerar dor; outro muito recorrente é “o uso de luz melhora e
agiliza o resultado”, a aplicação de energia luminosa de qualquer cor ou
origem, durante o clareamento clínico, não melhora o resultado estético, nem a
velocidade de clareamento, e o torna mais suscetível à sensibilidade dental.
O clareamento dental só é
contraindicado para pacientes gestantes, lactantes, menores de 16 anos, que
apresentam ou apresentaram doenças oncológicas, ou que tenha sido diagnosticada
alguma lesão pré-maligna na cavidade bucal, pois alguns estudos apontam que o
clareador pode transformar essas lesões em malignas.
O clareamento pode ser feito
pela técnica caseira supervisionada, com aplicação diária de géis clareadores
de baixa concentração em casa, porém acompanhado semanalmente pelo
cirurgião-dentista; pela técnica “in office”, realizada em consultórios, com
aplicações semanais de géis altamente concentrados, ou mesmo a associação das
duas. Todas são seguras e apresentam bons resultados, porém a aplicação de
agentes clareadores de baixa concentração gera menos efeitos colaterais e
melhores resultados, contudo demora um pouco mais para demonstrar esses resultados.
Rudá Moreira
Professor do curso de Odontologia da FMP/Fase.
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