Projeto da faculdade estuda o impacto
das atividades em grupo na terceira idade
No
mês em que se discute a conscientização da violência contra a pessoa idosa,
a
Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) realizou oficinas voltadas para esse
público, concluídas nessa quinta-feira (20). Na ocasião, um grupo de 40 pacientes
a partir dos 60 anos de idade, atendidos pelos Postos de Saúde da Família da faculdade
e da Secretaria de Saúde de Petrópolis, participaram de atividades de
integração e coordenação motora.
O objetivo do projeto-piloto
é fortalecer os grupos de idosos periodicamente, a intervalos de dois a três
meses, no formato de intercâmbio, onde os participantes de determinados bairros
visitarão outras comunidades. Dessa forma, além de promover o bem-estar do
público, o projeto estará contribuindo para a socialização desses indivíduos.
“O Brasil está envelhecendo
rápido. Na proporção de atendimentos nos Postos de Saúde da Família, cerca de
70% correspondem à terceira idade. Quando nossos alunos se formarem, essa
realidade será ainda maior, porque as pessoas estão vivendo mais e tendo menos
filhos. Precisamos estudar os idosos, pois eles têm sua especificidade”,
explica a professora responsável pelo projeto, a especialista em Gerontologia
Claudia Respeita.
As atividades aplicadas nas
oficinas envolviam dança sênior (própria para a terceira idade), memorização e
mini-palestras sobre sexualidade, direito do idoso e sociabilidade, aplicadas
por 14 alunos da disciplina opcional de Enfermagem em Saúde da Pessoa Idosa,
implantada recentemente ao curso da FMP/Fase. “Os idosos têm muitas patologias
específicas e a velhice é um processo saudável, por isso a gente tem que saber
lidar com essas diferenças”, analisa Bianca da Silva Nunes, aluna do 4º período.
Clezio Dias Pereira, de 73
anos, esbanjava saúde em meio aos integrantes do grupo. “Eu sempre pratiquei
exercícios. Na mocidade, eu gostava de levantar peso pra fortalecer os músculos
e hoje também procuro me alimentar bem”, comenta o aposentado. Hábitos
saudáveis também foram apresentados por Cecília Raimundo Maximiano, de 61 anos.
“Eu trabalhava de costureira e não tinha tempo pra fazer exercício, porque
também achava que já fazia muita coisa cuidando do meu neto, mas o que vale é o
que eu faço agora. Faço ginástica no posto do bairro Castelo São Manoel e
caminhada, mas essas oficinas são muito diferentes do que eu estou acostumada a
fazer. Quando tiver de novo eu venho outra vez”, anunciou.
A aluna de Enfermagem,
freira Keyla Oliveira dos Santos, aplicou a dança sênior, que só pode ser
ministrada por pessoas capacitadas. “Existem poucas pessoas aptas a lidar com a
terceira idade. O idoso tem que viver de lazer e não de medicação e a dança é
um meio de tirá-los de dentro de casa. Dessa forma, tiramos o idoso da penumbra
e o colocamos em um espaço feliz”, afirma a estudante.
Com base nas atividades
aplicadas ao grupo, alunos e professores da FMP/Fase farão uma análise do
impacto que os dois encontros causaram nos idosos, através de entrevistas, observação,
entre outros métodos. “A gente trabalha também os profissionais e os alunos
envolvidos pra que eles aprendam a lidar com o idoso, estudem e pesquisem a
respeito, e apliquem os conhecimentos adquiridos. Essa é a função da
universidade. Formar e capacitar”, conclui Claudia Respeita.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis