sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pesquisa realizada na FMP busca tratamento para lesões raquimedulares


As fronteiras entre a tecnologia e a ciência estão cada vez mais estreitas. Os avanços nas pesquisas geram cada vez mais conhecimentos que proporcionam encontrar curas para muitas doenças e até mesmo para a reversão de casos de pessoas que ficaram paralisadas, devido a algum acidente, como no caso das lesões raquimedulares, ou seja, traumas na coluna vertebral.

A construção do Laboratório de Manipulação de Células Humanas para Fins Terapêuticos, na FMP/Fase, reforça essa e outras linhas de pesquisa, como o uso de células-tronco para o tratamento de lesões raquimedulares. O tema foi abordado recentemente em um dos Seminários de Pesquisa que a faculdade promove mensalmente para alunos e profissionais interessados na área.

“Essa pesquisa é importante para conseguirmos desenvolver uma nova abordagem terapêutica de pacientes com lesão de medula espinhal, uma vez que atualmente não existe nenhuma alternativa de tratamento que promova a cura das sequelas neurológicas decorrentes da injúria”, explica Karla Menezes, pesquisadora contratada e vinculada à equipe do Centro de Medicina Regenerativa e Centro de Tratamento em Dor Crônica da FMP/Fase.

Há tempos, Karla Menezes, professora da FMP/Fase, graduada em Enfermagem e Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia e Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro na área de Biologia Celular, investiga o efeito da laminina ácida no tratamento de lesões raquimedulares. A pesquisa está ligada à causa que pode devolver a mobilidade às pessoas com paralisia. 

“Os resultados positivos dessa pesquisa representam uma possibilidade de melhora de qualidade de vida dos pacientes com lesão medular. Já observamos que os tratamentos estudados (polilaminina ou transplante de células mesenquimais de tecido adiposo) conseguem promover uma recuperação significativa da locomoção após o tratamento”, frisa a pesquisadora.

Após pesquisas em laboratórios, foi autorizado o estudo clínico em humanos para avaliação da segurança, tolerabilidade e eficácia do tratamento de lesões da medula espinhal com injeção de polilaminina, durante cirurgias de estabilização em pacientes que apresentam paralisias, no estado do Rio de Janeiro. 

“Os tratamentos reduzem a inflamação aguda e diminuem a área da lesão no tecido nervoso. Quando iniciamos a pesquisa existiam poucos trabalhos sobre a aplicação dessas células em modelos de lesão medular. Hoje, existem várias publicações abordando essa terapia e as vantagens deste tratamento para a regeneração tecidual”, ressalta Karla Menezes. 

Os estudos foram desenvolvidos na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, os novos projetos de pesquisa darão continuidade aos estudos na Faculdade de Medicina de Petrópolis, em parceria com a UFRJ. O estudo clínico, que avaliará o efeito da injeção de polilaminina em pacientes com lesão medular aguda, está aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Nacional (CONEP). Esse estudo deverá ser iniciado em breve e será realizado no Hospital Estadual Azevedo Lima, localizado em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.

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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis