segunda-feira, 21 de novembro de 2016

TCC aborda problemas decorrentes da caligrafia ilegível dos médicos


Quem nunca ouviu a expressão “parece letra de médico”, quando alguém lê algo que não consegue decifrar? A caligrafia dos médicos virou motivo de piada por ser um problema recorrente na área da saúde. No entanto, muitas consequências graves são acarretadas a partir da má interpretação dos prontuários médicos. Pensando nessa situação, o estudante de Enfermagem da Fase, Lincon Magalhães Barbosa, decidiu abordar a caligrafia ilegível dos profissionais em receitas médicas no seu Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC.

“Trabalho há mais de 20 anos na comunicação entre profissionais da área da saúde e os pacientes. Atuo em uma farmácia e, durante todo esse tempo, percebo a dificuldade que é interpretar a caligrafia médica para a venda dos medicamentos prescritos e também nas informações que passam sobre como o paciente deve tomar a medicação”, afirma Lincon Magalhães Barbosa, aluno do 7º período de Enfermagem da Fase.

Entendendo toda a problemática envolvida nessa situação, a pesquisa de Lincon Magalhães Barbosa, que é inédita no país sob a ótica do enfermeiro, aborda a sensibilização da Enfermagem no atendimento de pacientes que ingeriram a medicação errada por não entenderem a caligrafia dos médicos nas prescrições das receitas. O conteúdo do TCC no curso de Enfermagem da Fase não é somente teórico, ele deverá ser posto em prática.

“Não é recorrente a venda de medicamento errado nas farmácias por uma simples, mas importante, postura das empresas, que é: se não entender o que está prescrito, não venda. Meu trabalho tem o objetivo de alertar, tanto os profissionais envolvidos quanto os pacientes, sobre a grande importância de saber o que está escrito. A maioria dos pacientes sabe ler e escrever, então, pode identificar possíveis erros”, explica o estudante.

O Código de Ética do Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que os médicos ao entregarem receitas com letra ilegível aos pacientes podem ser punidos. A medida vem ao encontro das ocorrências que já prejudicaram muitas pessoas que ingeriram medicamentos errados.

“Não tenho como deixar de relatar o caso de uma senhora que comprou uma caixa de anti-inflamatório supositório. Ela estava tomando via oral, consequentemente causando dor gástrica pelo uso da via errada. Outro caso é de um antibiótico que foi confundido com um anticoncepcional de nome similar e estava sendo tomado por um homem. Provavelmente existem muitos erros ocorrendo em todo o país por conta da demanda de receitas ilegíveis”, conclui Lincon Magalhães Barbosa.


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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis