Míriam Heidemann
Coordenadora dos cursos de
Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da FMP/Fase
Neste mês dedicado ao debate
sobre a importância da valorização da mulher, cabe aqui uma reflexão sobre o
papel das enfermeiras na nossa sociedade.
Claro que somos sensíveis:
sensibilidade fortalece, não enfraquece. Somos femininas: feminilidade é
manifestação de inteligência. Somos determinadas: temos filhos,
companheiros(as), pais, irmãos, família.
Somos apaixonadas: amamos os sonhos e a vida. Queremos ser felizes e
fazer outros felizes. Somos enfermeiras: cuidamos, estudamos, assumimos,
brigamos pela vida de um, ou de muitos. Simples assim, apenas ser mulher, uma
mulher enfermeira.
A história foi cruel conosco,
especialmente com aquelas que se dedicavam a cuidar de outros e outras: fomos
apelidadas de bruxas, e pagamos muito caro por esse crime.
Morremos em guerras, epidemias,
doenças desconhecidas, mas sempre estamos à frente, 24 horas de cuidado à
pessoa, família, comunidade. Sem tempo, muitas vezes, para nós próprias, com
tempo para todos os que precisam do nosso cuidado. Essa é a nossa essência, assim somos felizes
como mulheres e enfermeiras.
Apesar de vivermos no século
XXI, ainda somos discriminadas, em muitos cenários, como mulheres e como enfermeiras.
Muitos não gostam da nossa intelectualidade,
autonomia, diferenças, sexualidade, liberdade e direito. É uma luta diária a conquista de espaços
sociais, e o direito/dever de garantir a vida de outro alguém.
Continuamos a ser ofendidas
e insultadas quando discordamos, queremos fazer diferente e buscamos sonhos e
caminhos. Uma qualidade pulsa: somos
guerreiras. Sabemos batalhar pela vida, pelos filhos, família, trabalho,
pacientes, usuários, país, crenças e ideais.
Somos enfermeiras. Descobrimos
novos valores na saúde e na doença, e todo dia é dia no exercício do que
consideramos certo, belo, justo, virtuoso, transcendente e útil. É a estratégia
de inserção significativa na sociedade.
Pensamos que, para “ser
enfermeira”, pressupõe-se a existência de um “eu pessoal” (mulher) e de um “eu
profissional”, que se coadunam todo o tempo. Não existem determinados momentos
para a práxis da Enfermagem, pois ela obriga a uma dedicação integral ao longo
da vida.
O que queremos? Mudar a
história, acabar com a miséria, aliviar o sofrimento e garantir qualidade e
quantidade de vida, como direito humano básico. Seremos sempre protagonistas
desse senso de dever, missão, vocação, seja lá o nome desse sentimento que nos
impulsiona a transcender a nós mesmas e ir à frente, sempre na busca do
horizonte das conquistas possíveis e impossíveis, em razão da vida e da
humanidade.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis