terça-feira, 13 de março de 2018

Somos mulheres e enfermeiras


Míriam Heidemann
Coordenadora dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da FMP/Fase


Neste mês dedicado ao debate sobre a importância da valorização da mulher, cabe aqui uma reflexão sobre o papel das enfermeiras na nossa sociedade.

Claro que somos sensíveis: sensibilidade fortalece, não enfraquece. Somos femininas: feminilidade é manifestação de inteligência. Somos determinadas: temos filhos, companheiros(as), pais, irmãos, família.  Somos apaixonadas: amamos os sonhos e a vida. Queremos ser felizes e fazer outros felizes. Somos enfermeiras: cuidamos, estudamos, assumimos, brigamos pela vida de um, ou de muitos. Simples assim, apenas ser mulher, uma mulher enfermeira.    

A história foi cruel conosco, especialmente com aquelas que se dedicavam a cuidar de outros e outras: fomos apelidadas de bruxas, e pagamos muito caro por esse crime.

Morremos em guerras, epidemias, doenças desconhecidas, mas sempre estamos à frente, 24 horas de cuidado à pessoa, família, comunidade. Sem tempo, muitas vezes, para nós próprias, com tempo para todos os que precisam do nosso cuidado.  Essa é a nossa essência, assim somos felizes como mulheres e enfermeiras.

Apesar de vivermos no século XXI, ainda somos discriminadas, em muitos cenários, como mulheres e como enfermeiras.  Muitos não gostam da nossa intelectualidade, autonomia, diferenças, sexualidade, liberdade e direito.  É uma luta diária a conquista de espaços sociais, e o direito/dever de garantir a vida de outro alguém.

Continuamos a ser ofendidas e insultadas quando discordamos, queremos fazer diferente e buscamos sonhos e caminhos.  Uma qualidade pulsa: somos guerreiras. Sabemos batalhar pela vida, pelos filhos, família, trabalho, pacientes, usuários, país, crenças e ideais.

Somos enfermeiras. Descobrimos novos valores na saúde e na doença, e todo dia é dia no exercício do que consideramos certo, belo, justo, virtuoso, transcendente e útil. É a estratégia de inserção significativa na sociedade.  

Pensamos que, para “ser enfermeira”, pressupõe-se a existência de um “eu pessoal” (mulher) e de um “eu profissional”, que se coadunam todo o tempo. Não existem determinados momentos para a práxis da Enfermagem, pois ela obriga a uma dedicação integral ao longo da vida.  

O que queremos? Mudar a história, acabar com a miséria, aliviar o sofrimento e garantir qualidade e quantidade de vida, como direito humano básico. Seremos sempre protagonistas desse senso de dever, missão, vocação, seja lá o nome desse sentimento que nos impulsiona a transcender a nós mesmas e ir à frente, sempre na busca do horizonte das conquistas possíveis e impossíveis, em razão da vida e da humanidade.   

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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis