segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Petrópolis apresenta índice com dobro da média nacional em Reconstrução Mamária realizada no SUS

O mês de outubro ganhou destaque no universo feminino com a cor rosa, ressaltando a importância do cuidado em relação à saúde da mulher. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no Brasil, depois do de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos novos casos a cada ano.

Petrópolis se destaca no índice da média nacional de municípios em cirurgias de reconstrução mamária. Este ano, até o mês de agosto, 159 pacientes foram operadas, sendo que 14 realizaram reconstrução imediata e 13 reconstrução tardia.

“Desde o final de 2015, temos realizado a reconstrução imediata que hoje, sempre que possível, é o tratamento preconizado pela comunidade científica. No Brasil, este direito está previsto por lei e o procedimento está disponível para todas as pacientes tratadas no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. O nosso índice de reconstrução imediata está o dobro da média de reconstrução do SUS. Além da reconstrução imediata, realizamos em uma segunda cirurgia a simetrização ou equilíbrio da mama contralateral, assim como as reconstruções tardias de pacientes que por alguma razão não tiveram a oportunidade de reconstruir no mesmo momento da mastectomia”, explica o cirurgião plástico Dr. João Medeiros, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).

No último dia 14, foram realizadas seis cirurgias de reconstrução tardia no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. Cirurgiões da Universidade Federal do Rio de Janeiro foram convidados para participar dos procedimentos realizados com a equipe da Mastologia do Hospital de Ensino Alcides Carneiro, composta por professores e acadêmicos da Faculdade de Medicina da Petrópolis.

“Essa parceria entre a instituição de ensino e o Sistema Único de Saúde é muito importante para a população e também para os futuros médicos, pois participam de todas as etapas de cuidado com as pacientes em tratamento do câncer de mama, desde a prevenção primária e detecção precoce, como ações do Dia ‘D’ e capacitação das equipes da Atenção Primária, através da Coordenação de Extensão Universitária, chegando às cirurgias mais complexas, com oportunidades para os residentes, futuros especialistas terem contato com técnicas mais atuais para o combate à doença”, destaca o médico mastologista Carlos Vinícius Leite, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).

O mastologista explica que, quando possível, a reconstrução mamária é uma maneira de tentar resgatar a autoestima da mulher que passou pelo câncer de mama. A doença tem um impacto muito negativo na imagem feminina. Não é apenas lidar com o medo de não conseguir se curar, mas há todo um processo doloroso ao se olhar no espelho e ver que tudo aquilo que é próprio da feminidade, os cabelos e as mamas, pode se perder durante o tratamento contra a doença.

“Os cabelos as mulheres conseguem recompor utilizando artifícios para desviar atenção, como lenços, apliques e perucas. Mas a mama é uma situação mais delicada, mesmo com sutiãs que podem ser adaptados com prótese externa para tentar refazer o volume mamário, mas nos momentos íntimos e em locais públicos, como praia e piscina, elas se retraem devido à mutilação provocada pelo combate ao câncer de mama. Assim, a reconstrução mamária com as técnicas disponíveis e seguras para recompor a imagem feminina são importantes instrumentos para reabilitação da paciente acometida pela doença”, destaca.

Atualmente, a maior preocupação dos especialistas é a conscientização da população em relação à prevenção primária, ou seja, ações que qualquer mulher pode fazer para remover causas e fatores de risco para o câncer de mama. Os principais são: obesidade, principalmente na menopausa, Tabagismo, uso excessivo de álcool e sedentarismo. É de extrema importância ter uma alimentação saudável, rica em fibras, frutas e legumes, com redução de gorduras.

“Quanto mais cedo a detecção do tumor de mama, maior a expectativa de cura e controle. Além de evitar cirurgias mais extensas, podem ser evitados tratamentos mais agressivos com quimioterápicos. O grande motivador para toda equipe que atua diretamente no tratamento do câncer de mama no Hospital de Ensino Alcides Carneiro é estar levando à população de Petrópolis assistida pelo SUS cirurgias de alta complexidade que permitem acesso às técnicas seguras que são úteis no tratamento do câncer de mama e a oportunidade de preservar a imagem feminina resgatando a autoestima das mulheres acometidas pelo câncer”, finaliza o médico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis