O mês de outubro ganhou destaque no universo feminino com a
cor rosa, ressaltando a importância do cuidado em relação à saúde da mulher.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo da
doença mais comum entre as mulheres no Brasil, depois do de pele não melanoma,
correspondendo a cerca de 25% dos novos casos a cada ano.
Petrópolis se destaca no índice da média nacional de
municípios em cirurgias de reconstrução mamária. Este ano, até o mês de agosto,
159 pacientes foram operadas, sendo que 14 realizaram reconstrução imediata e
13 reconstrução tardia.
“Desde o final de 2015, temos realizado a reconstrução
imediata que hoje, sempre que possível, é o tratamento preconizado pela
comunidade científica. No Brasil, este direito está previsto por lei e o
procedimento está disponível para todas as pacientes tratadas no Hospital de
Ensino Alcides Carneiro. O nosso índice de reconstrução imediata está o dobro
da média de reconstrução do SUS. Além da reconstrução imediata, realizamos em uma
segunda cirurgia a simetrização ou equilíbrio da mama contralateral, assim como
as reconstruções tardias de pacientes que por alguma razão não tiveram a
oportunidade de reconstruir no mesmo momento da mastectomia”, explica o
cirurgião plástico Dr. João Medeiros, professor da Faculdade de Medicina de
Petrópolis (FMP/Fase).
No último dia 14, foram realizadas seis cirurgias de
reconstrução tardia no Hospital de Ensino Alcides Carneiro. Cirurgiões da
Universidade Federal do Rio de Janeiro foram convidados para participar dos
procedimentos realizados com a equipe da Mastologia do Hospital de Ensino
Alcides Carneiro, composta por professores e acadêmicos da Faculdade de
Medicina da Petrópolis.
“Essa parceria entre a instituição de ensino e o Sistema
Único de Saúde é muito importante para a população e também para os futuros
médicos, pois participam de todas as etapas de cuidado com as pacientes em
tratamento do câncer de mama, desde a prevenção primária e detecção precoce,
como ações do Dia ‘D’ e capacitação das equipes da Atenção Primária, através da
Coordenação de Extensão Universitária, chegando às cirurgias mais complexas,
com oportunidades para os residentes, futuros especialistas terem contato com
técnicas mais atuais para o combate à doença”, destaca o médico mastologista Carlos
Vinícius Leite, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).
O mastologista explica que, quando possível, a reconstrução
mamária é uma maneira de tentar resgatar a autoestima da mulher que passou pelo
câncer de mama. A doença tem um impacto muito negativo na imagem feminina. Não
é apenas lidar com o medo de não conseguir se curar, mas há todo um processo
doloroso ao se olhar no espelho e ver que tudo aquilo que é próprio da feminidade,
os cabelos e as mamas, pode se perder durante o tratamento contra a doença.
“Os cabelos as mulheres conseguem recompor utilizando artifícios
para desviar atenção, como lenços, apliques e perucas. Mas a mama é uma
situação mais delicada, mesmo com sutiãs que podem ser adaptados com prótese
externa para tentar refazer o volume mamário, mas nos momentos íntimos e em
locais públicos, como praia e piscina, elas se retraem devido à mutilação
provocada pelo combate ao câncer de mama. Assim, a reconstrução mamária com as
técnicas disponíveis e seguras para recompor a imagem feminina são importantes instrumentos
para reabilitação da paciente acometida pela doença”, destaca.
Atualmente, a maior preocupação dos especialistas é a
conscientização da população em relação à prevenção primária, ou seja, ações
que qualquer mulher pode fazer para remover causas e fatores de risco para o
câncer de mama. Os principais são: obesidade, principalmente na menopausa,
Tabagismo, uso excessivo de álcool e sedentarismo. É de extrema importância ter
uma alimentação saudável, rica em fibras, frutas e legumes, com redução de gorduras.
“Quanto mais cedo a
detecção do tumor de mama, maior a expectativa de cura e controle. Além de
evitar cirurgias mais extensas, podem ser evitados tratamentos mais agressivos
com quimioterápicos. O grande motivador para toda equipe que atua diretamente
no tratamento do câncer de mama no Hospital de Ensino Alcides Carneiro é estar
levando à população de Petrópolis assistida pelo SUS cirurgias de alta
complexidade que permitem acesso às técnicas seguras que são úteis no
tratamento do câncer de mama e a oportunidade de preservar a imagem feminina
resgatando a autoestima das mulheres acometidas pelo câncer”, finaliza o médico.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis