Desde 2006, a data 27 de outubro foi escolhida
como o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. Em todo o país
são realizadas ações para ressaltar a necessidade da efetivação da Política
Nacional de Saúde Integral da População Negra.
“A necessidade da atenção especial aos cuidados
da população negra se dá devido a fatores histórico-culturais, como a
desigualdade social. A população negra sofre com algumas doenças genéticas
específicas, como: diabetes, hipertensão e anemia falciforme, dentre outras”, explica
Maria Cecília Marcolino, professora do curso de Enfermagem da Fase.
Em Petrópolis, a aluna do curso de Enfermagem da
Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), Karen Santos, iniciou uma pesquisa
para fazer o TCC (trabalho de conclusão de curso) sobre a população de mulheres
negras que vivem na localidade de Cascatinha. O tema recebeu apoio da
instituição de ensino superior, uma vez que o assunto aborda as características
específicas da população negra, que está distribuída em todo o território
nacional, e ressalta a necessidade dos profissionais, principalmente da área da
saúde, terem conhecimentos sobre as especificidades desta população e o olhar
único que devem ter no atendimento deste grupo populacional.
“O negro ainda sofre com algumas condições
desfavoráveis devido a sua vulnerabilidade social. Essa situação, somada às
doenças citadas que são próprias da sua genética, fortalece tal panorama. É
preciso que todos os profissionais da área da saúde tenham conhecimento acerca
dessa especificidade da população negra para que possam oferecer um atendimento
de qualidade próprio para essa clientela”, destaca Maria Cecília, que foi
orientadora desse projeto de TCC.
A ideia da pesquisa na cidade surgiu, em 2014,
quando a aluna participou do Congresso Brasileiro de Enfermagem em Belém, no
Pará. Após observar um bate-papo em uma tenda cultural e receber vários
cadernos de Políticas Nacionais, entre eles o caderno de Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra, Karen decidiu se dedicar ao assunto, para
elaboração do TCC, ao perceber que a política traz uma conexão direta com
questões sociais, que interferem no processo de saúde/doença da população
negra.
“Eu levantei um perfil das mulheres negras
atendidas na consulta de enfermagem ginecológica realizada no
Ambulatório-Escola da FMP/Fase. Esses dados permitem que os profissionais que
lá atuam tenham conhecimento do grupo com que irão lidar diariamente e possam
elaborar um plano de cuidado mais eficiente, que traria benefícios enormes no
momento da consulta dessa mulher. Os profissionais conseguiriam abranger
aspectos relevantes e elaborar intervenções que podem evitar complicações
futuras”, explica Karen Santos, estudante do 9º período de Enfermagem da
FMP/Fase.
O Ministério da Saúde oferece material específico
de atendimento à população negra, que é de fácil acesso através da Política
Nacional à Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Esse seria, segundo os
profissionais da área de saúde, o primeiro passo para um atendimento
diferenciado. De acordo com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Saúde
Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as
diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltadas para a
melhoria das condições de saúde desse segmento da população.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis