terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Pesquisa busca explicar origem comum entre dores crônicas de cabeça e dos músculos da mastigação


Descobrir a origem da dor é um dos desafios de uma pesquisa de iniciação científica desenvolvida com alunos dos cursos de Odontologia e Medicina da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), em Petrópolis. O objetivo é investigar a existência de correlação entre os sintomas físicos inespecíficos e a dor em locais distantes da queixa principal, analisando a predisposição genética para o problema. A linha de pesquisa Dor Miofascial Mastigatória e Cefaleias Crônicas é coordenada pelos professores Ricardo Tesch e Gilberto Senechal.

"O projeto busca, de forma inédita, correlacionar níveis de sintomas físicos não específicos. Estudos recentes demonstraram que pacientes com dor mastigatória crônica e cefaleias, isoladas ou não, apresentam aumento da sensibilidade em outras regiões craniofaciais, mas também em áreas periféricas remotas, sugerindo que o processamento está facilitado nesses pacientes", conta Tesch.

A parte relacionada à análise genética da pesquisa é realizada através de projeto de colaboração entre a FMP/Fase e a Universidade de Pittsburgh, que conta além dos professores Ricardo Tesch e Alexandre Rezende Vieira, dessas duas instituições, com Letícia Ladeira Bonato, Priscila Ladeira Casado e José Mauro Granjeiro, da UFF. O objetivo da parceria é estabelecer colaboração técnico-científica entre a Faculdade de Medicina de Petrópolis e a Faculdade de Medicina Dental da Universidade de Pittsburgh, através da elaboração e execução de pesquisas básicas e clínicas abordando interesses mútuos na elucidação das bases genéticas relacionadas ao risco de desenvolvimento de desordens temporomandibulares (DTM).

"A colaboração envolve a pós-graduação em DTM e Dor Orofacial da FMP/Fase, incluindo as atividades de pesquisa desenvolvidas na área, e o Centro de Genética Craniofacial e Dental do Departamento de Biologia Oral da Faculdade de Medicina Dental da Universidade de Pittsburgh. Os estudos envolvem abordagens moleculares e genéticas para o mapeamento e identificação de genes, assim como investigações de características e fatores epidemiológicos e comportamentais que contribuem para cada desordem", explica Ricardo Tesch, que também coordena a pós-graduação em DTM.

Mais de 40 alunos da FMP/Fase participaram do processo seletivo para as seis vagas da equipe do projeto, que contou com análise do coeficiente de rendimento escolar, entrevista e prova de interpretação de um artigo científico em inglês relacionado à linha de pesquisa. Os alunos selecionados foram Vinicius Plantz, Renata Magalhães, Bernardo Santos, Luciana Melo, Fernanda Miranda e Carolina Assis. O período de duração do projeto será de 12 meses.

Renata Magalhães está animada com a nova área de aprendizagem. "Além de explicar a importância do projeto de pesquisa para nossa formação, os professores mostram como começar a fazer uma pesquisa cientifica passo a passo, nivelando o conhecimento dos alunos com as aulas teóricas. Ter a oportunidade de conhecer a clínica da dor com mais proximidade possibilita a abertura do olhar para novos horizontes, além de aprofundar o conhecimento a respeito dessa área", diz a aluna, que está no segundo ano do curso de Medicina.

Já Carolina Assis, aluna de Odontologia, conta que sempre quis fazer parte de um projeto de pesquisa. "Soube que teria seleção para iniciação científica na área que mais me interessa e não poderia perder a oportunidade. DTM, dores de cabeça e dores faciais representam um grande problema contemporâneo, especialmente quando presentes simultaneamente. A atualização e a busca por novos conhecimentos são necessárias para se ter um bom desempenho profissional, e a área da pesquisa possibilita isso, além de ter uma grande importância no desenvolvimento da saúde."


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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis