quarta-feira, 29 de maio de 2019

Mitos sobre o clareamento dental


Atualmente, um dos procedimentos mais procurados por pacientes em consultórios odontológicos é o clareamento dental, porém a dúvida mais recorrente é sobre a sensibilidade gerada por ele. O clareamento dental é uma alteração química, produzida pela aplicação de peróxido de carbamida ou hidrogênio, da cor do dente, e pode causar sensibilidade dental, caso o cirurgião-dentista não se atentar para alguns fatores, como: sensibilidade dental prévia do paciente, o motivo da pigmentação dos dentes, presença de trincas no esmalte dental, cáries, recessão gengival e de restaurações, a concentração do gel utilizado e qual técnica será adotada.

Pacientes e dentistas podem entender esse procedimento como simples e corriqueiro, porém muitos cuidados devem ser adotados, pois produtos clareadores muitas vezes são comercializados livremente e podem gerar danos à saúde bucal, como: os cremes dentais clareadores, onde muitos apresentam-se demasiadamente abrasivos, gerando desgastes nos tecidos dentais e dor, e géis clareadores de autoaplicação, que podem provocar queimaduras gengivais e favorecer a deglutição do conteúdo, além da sensibilidade.

Outro fator a ser observado são os mitos que envolvem o clareamento, os mais comuns são: “quanto mais concentrado o gel, melhor o resultado obtido”, o que não ocorre e tem maior probabilidade de gerar dor; outro muito recorrente é “o uso de luz melhora e agiliza o resultado”, a aplicação de energia luminosa de qualquer cor ou origem, durante o clareamento clínico, não melhora o resultado estético, nem a velocidade de clareamento, e o torna mais suscetível à sensibilidade dental.

O clareamento dental só é contraindicado para pacientes gestantes, lactantes, menores de 16 anos, que apresentam ou apresentaram doenças oncológicas, ou que tenha sido diagnosticada alguma lesão pré-maligna na cavidade bucal, pois alguns estudos apontam que o clareador pode transformar essas lesões em malignas.

O clareamento pode ser feito pela técnica caseira supervisionada, com aplicação diária de géis clareadores de baixa concentração em casa, porém acompanhado semanalmente pelo cirurgião-dentista; pela técnica “in office”, realizada em consultórios, com aplicações semanais de géis altamente concentrados, ou mesmo a associação das duas. Todas são seguras e apresentam bons resultados, porém a aplicação de agentes clareadores de baixa concentração gera menos efeitos colaterais e melhores resultados, contudo demora um pouco mais para demonstrar esses resultados.


Rudá Moreira
Professor do curso de Odontologia da FMP/Fase.

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