Julia
Barban Morelli
Médica de Família e Comunidade na USF Boa Vista, da
Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), e coordenadora do Grupo de Trabalho de
Ensino da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
A Atenção Primária à
Saúde é o locus organizador do
sistema de saúde, onde os princípios de longitudinalidade e integralidade do
cuidado são colocados em prática de forma real e imprescindível. Onde também a
noção de "porta de entrada" com acesso fácil dos pacientes aos
profissionais de saúde faz com que a prática seja rica por um lado e
desafiadora por outro, na medida em que os problemas de saúde se apresentam de
forma indiferenciada em uma população muitas vezes carente de meios
socioeconômicos para o pleno exercício do autocuidado. Os profissionais que
aceitam esse desafio não se pegam questionando a utilidade de sua ação, pois
são intensamente necessários para as famílias sob seus cuidados e para o
território que atendem.
A residência de
Medicina de Família e Comunidade é a residência que melhor prepara para o
atendimento de qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. É também a residência
que coloca na maleta de instrumentos do(a) médico(a) habilidades de
comunicação, de raciocínio e de ação em quadros agudos e crônicos. A
intervenção do médico de família vai além de pedir exame e passar remédio:
trabalha em equipe para agir nos determinantes das doenças, na comunidade, no
território, que é o lugar real onde as coisas acontecem. E é onde os pacientes
apresentam os sintomas pela primeira vez, fazendo com que o profissional da
atenção primária seja aquele responsável pela investigação clínica, seguimento
próximo e muitas vezes a referência central do paciente em seus cuidados de
saúde. É também a residência que fornece as ferramentas para cuidar das
pessoas com qualidade no seu contexto familiar, entendendo a família como
recurso de tratamento dos pacientes.
A residência de
Medicina de Família e Comunidade propicia oportunidade de buscar superar
dificuldades específicas na formação do(a) médico(a), com estágios optativos no
Brasil ou exterior. Na Faculdade de Medicina de Petrópolis/Fase, os cenários de
prática incluem ambulatórios (todos com preceptoria docente), hospital e
maternidade de ensino, além de equipes docente-assistenciais de saúde da
família com mais de 15 anos de experiência na formação de médicos(as). Todos os
preceptores do Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade são
especialistas na área e possuem formação de curso de preceptoria, o que leva à
consistência do ensino, com conteúdo teórico aprofundado e prática assistencial
reflexiva.
Além disso tudo, a
residência de Medicina de Família e Comunidade pontua para o acesso a outras
residências (igual ao extinto PROVAB). Em Petrópolis, a atenção primária é
desenvolvida sem pressa, com capacidade de ofertar cuidado de
qualidade aos cerca de 2.800 pacientes de cada equipe, dentro de um
sistema de saúde municipal bem estruturado.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis